Qual tratamento inicial recomendado para a artrite reumatoide?

| 17 março 2023 | ID: sofs-45313
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: ,

Metotrexato (MTX) está recomendado no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Artrite Reumatoide do Ministério da Saúde, como primeira escolha em monoterapia, na primeira etapa de tratamento, podendo ser associado com outros medicamentos da primeira etapa ou das etapas progressivas. Os medicamentos da primeira etapa fazem parte do grupo de Medicamentos Modificadores do Curso da Doença Sintéticos (MMCDs).   A dosagem recomendada do MTX é de 7,5 a 25 mg, via oral ou intramuscular, 1 vez por semana. É importante lembrar que o tratamento da artrite reumatoide é personalizado e deve ser ajustado de acordo com a resposta individual.

A artrite reumatoide (AR) é uma doença autoimune que afeta cerca de 0,2% a 1% da população brasileira. O diagnóstico tardio e o controle inadequado da atividade da doença podem resultar em perda de função irreversível, afetando negativamente a qualidade de vida e a produtividade dos pacientes. A meta terapêutica recomendada, para o tratamento da AR, tem o objetivo de controlar os sintomas e alcançar uma meta estabelecida entre o paciente e o profissional de saúde. Além de medicamentos, o tratamento não medicamentoso incluem orientações sobre a doença, terapia ocupacional, exercícios, fisioterapia e suporte psicossocial.

O MTX apesar de recomendado como primeira opção de tratamento pode ter efeitos adversos como toxidade hepática e gastrointestinal podendo levar à suspensão do tratamento em aproximadamente 30% dos casos. A intoxicação medicamentosa pode ser aguda ou crônica e ocorre mais frequentemente em casos de superdosagem acidental ou em pacientes com depuração reduzida e insuficiência renal.

Para diminuir o risco de toxidade o uso do ácido fólico é recomendado na dose de 5 mg, uma vez por semana. Se apresentar toxidade ou intolerância ao MTX se recomenda a monoterapia com outras opções que incluem medicamentos do mesmo grupo, MMCDs, como a leflunomida (LEF): via oral, 20 mg, 1 vez por dia ou a sulfassalazina (SSZ): via oral, 1 a 3 mg por dia. Em caso de falha na terapia inicial a combinação de MMCDs pode ser considerada como a associação de MTX ou LEF com HCQ ou MTX ou LEF com SSZ. A tripla terapia também pode ser realizada com a combinação de MTX com HCQ e SSZ.

No caso da falha de tratamento com o grupo de medicamentos da MMCDs segue-se para as associações do MTX com outros grupos MMCD biológico ou MMCD sintéticos alvo específico como indicado no fluxograma das etapas do tratamento medicamentoso para o manejo do paciente (Figura 1).

O paciente deve receber orientações para melhorar seus hábitos de vida (parar de fumar, reduzir a ingestão de bebidas alcoólicas, reduzir o peso e praticar atividade física). Tratar e monitorar as comorbidades (hipertensão arterial sistêmica, diabete melito, dislipidemia e osteoporose) são medidas essenciais. É recomendado que a cobertura vacinal seja atualizada. E o uso de meios contraceptivos deve ser orientado nos casos de pacientes em fase reprodutiva e candidatos a usar medicamentos modificadores do curso da doença (MMCD).

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Bibliografia Selecionada:

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