SOF atualizada: https://aps-repo.bvs.br/aps/qual-o-tratamento-para-doenca-pulmonar-obstrutiva-cronica-dpoc-na-aps-2/
O tratamento medicamentoso se baseia no uso de broncodilatadores por via inalatória, os quais proporcionam alívio sintomático. O corticoide inalatório pode ser usado em combinação com os broncodilatadores nos pacientes com asma associada, nos que apresentam eosinofilia e naqueles que persistem com exacerbações. Tratamento não medicamentoso se inicia com a identificação e a redução da exposição a fatores de risco, avaliação do estado nutricional e da função musculoesquelética e orientação para atividades físicas. A espirometria é necessária para estabelecer um diagnóstico clínico correto de DPOC, evita diagnósticos errôneos, auxilia na avaliação da gravidade da limitação do fluxo aéreo e estabelece o tratamento adequado de acordo com a classificação leve, moderado ou grave.
Na presença de sintomas leves e intermitentes, recomendam-se preferencialmente os B2CA – Broncodilatadores de curta ação (salbutamol, fenoterol) em esquema de administração conforme a necessidade. Os B2LA – Broncodilatadores de longa ação (salmeterol, formoterol) em esquema fixo são indicados para o tratamento de manutenção, a fim de melhorar o controle dos sintomas e favorecer a adesão de pacientes com doença moderada ou grave com sintomas persistentes. Potenciais benefícios dos B2LAs incluem redução de sintomas e melhora da qualidade de vida. B2LAs não estão indicados para o tratamento inicial das exacerbações agudas graves, situação em que se recomendam B2CAs.
A orientação para interrupção do tabagismo é essencial, pois este causa destruição do tecido pulmonar (enfisema) e obstrução das pequenas vias aéreas com inflamação e muco (bronquite crônica), levando a sintomas cardinais da DPOC, ou seja, falta de ar e tosse. Todos os indivíduos que fumam devem ser identificados e incentivados a deixar de fumar. Também, evitar permanecer em ambientes com poluição do ar e outros fatores precipitantes. A vacinação contra a gripe e outras doenças respiratórias podem reduzir o risco de exacerbações graves: vacina contra o sarscov2, anti-influenza e vacina pneumocócica polivalente.
A avaliação do estado nutricional e da função músculo- esquelética é necessária para melhora da tolerância ao exercício e do estado geral de saúde desses pacientes, atualmente há evidências que a atividade física pode resultar nestas melhoras. A atividade física deve ser tanto o exercício aeróbio quanto o treino de força. O exercício aeróbio é recomendado e deve ser iniciado independentemente do estágio da DPOC em que o paciente se encontra. O treino de força objetiva melhorar a fraqueza muscular que contribui para a intolerância ao exercício em portadores de doença pulmonar crônica, o exercício de força é uma opção racional no processo de reabilitação pulmonar.
Na Atenção Primária à Saúde (APS) é importante o diagnóstico precoce e a utilização concomitante do tratamento medicamentoso e o não medicamentoso, para impedir ou retardar a evolução clínica do DPOC.
1. Brasília. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Anexo: Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. [Acesso 15/12/2021]. 2013:36p. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2013/ANEXO/anexo_prt0609_06_06_2013.pdf
2. WHO. Fórum Internacional de Sociedades Respiratórias. O Impacto Global da Doença Respiratória. DPOC. Segunda Edição. [Acesso: 06/12/2021]. 2017:14-15. Disponível em: https://www.who.int/gard/publications/The_Global_Impact_of_Respiratory_Disease_POR.pdf
3. Fernandes FLA, Cukier A, Camelier AA, Fritscher CC, Costa CH, et al. Recomendações para o tratamento farmacológico da DPOC: perguntas e respostas. [Acesso: 06/12/2021]. J Bras Pneumol. 2017;43(4):290-301. Disponível em: https://cdn.publisher.gn1.link/jornaldepneumologia.com.br/pdf/2017_43_4_12_portugues.pdf
4. Costa CH, Rufino R. Quando devemos usar CI na DPOC? [Acesso:06/12/2021]. Pulmão RJ. 2017;26(1):15-18. Disponível em: http://www.sopterj.com.br/wp-content/themes/_sopterj_redesign_2017/_revista/2017/n_01/04-artigo.pdf