Para poder orientar essa paciente, temos que primeiro tentar entender porque da falta de adesão: medo do exame, medo do diagnóstico, se sente constrangida, ou seria o parceiro responsável pela negativa? É fundamental conseguir ganhar a sua confiança para poder ter abertura para começar a entender e enfatizar a importância da realização do exame, e o que poderá acontecer se ela não o fizer. |
Considera-se a relação entre o acolhimento e o exame papanicolau com laços carregados de sentimentos que acompanham as usuárias durante o exame. A compreensão de como é feito o exame, a importância do mesmo e a postura que o profissional adota durante este processo, aproxima as usuárias do serviço e estabelece uma relação de confiança, permitindo a participação destas com sugestões e expectativas para o exame(1).
As orientações poderiam se pautar em:
-Explicar que o câncer de colo de útero apresenta maior potencial de prevenção e cura quando diagnosticado precocemente(2).
– O atendimento será realizado na Unidade Básica de Saúde (UBS) por um profissional de saúde qualificado onde é um exame comum que todas as mulheres fazem.
-Garantir a acolhida dessa mulher na UBS no dia que ela for realizar o exame.
-Explicar que o parceiro ou alguém de sua confiança poderá acompanhá-la no dia do exame.
Informar a situação da mulher ao profissional de saúde da UBS para que seja feito um acolhimento estratégico e para que esse profissional tenha oportunidade de orientá-la de forma humanizada e até mesmo tranquilizá-la para o procedimento.
Nesta dimensão do cuidado, os profissionais de saúde, precisam ser dotados de atitudes proativas estimulando a adesão pela mulher desde as ações preventivas até o tratamento da doença. Devem aproveitar as oportunidades da presença da mulher nas UBS em todos os atendimentos, inclusive enquanto a equipe de saúde dialoga sobre outras intervenções, potencializando dessa forma o seu papel de agente mobilizador(3).
1. Andrade PP, Omizzolo JAE, Santos MVJ, Zanini D. Percepção de usuárias sobre a prática do acolhimento na coleta de preventivo de câncer de colo de útero. Inova Saúde. 2019:9(2):124-142. Disponível em: http://periodicos.unesc.net/Inovasaude/article/view/4130 [Acesso em 12/08/2021]
2. Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa. Protocolos de Atenção Básica: Saúde das Mulheres. Brasília – DF. 2016:230p. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolos_atencao_basica_saude_mulheres.pdf [Acesso em 12/08/2021]
3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Controle dos cânceres do colo do útero e da mama. 2° ed. Brasília – DF. (Caderno de Atenção Básica -13). 2013:124p. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/controle_canceres_colo_utero_2013.pdf [Acesso em 12/08/2021]