Citólise significa morte celular, que pode acontecer tanto em situações fisiológicas (normais do corpo feminino) ou em situações patológicas (doenças) quando muito intensa e persistente. Esta lise das células (rompimento das células e sua morte) acontece principalmente nas células epiteliais da camada intermediária do tecido que reveste o colo uterino e a vagina internamente. Estas células são ricas em glicogênio e esta substância propicia a proliferação de lactobacilos vaginais.
A citólise ocorre em qualquer situação em que o crescimento desta camada esteja estimulado por hormônios. Na segunda fase do ciclo menstrual, principalmente no final, quando começa a etapa de descamação do epitélio, pode-se encontrar citólise fisiológica. É também um dos padrões citológicos encontrados no exame citopatológico do colo uterino durante a gravidez. Alguns anticoncepcionais hormonais, com progesterona e no androgenismo podem aumentar a citólise.
É importante que a presença da citólise seja descrito no laudo do exame citopatológico, pois clinicamente a mulher pode apresentar corrimento abundante de líquido acinzentado, prurido e ardência. Esta secreção apresenta um pH baixo, que gera a proliferação de lactobacilos, predispondo à candidíase de repetição (várias infecções fúngicas).
O exame que mostra citólise não precisa ser repetido precocemente apenas por esta alteração.
A rotina recomendada para o rastreamento no Brasil é a repetição do exame Papanicolau a cada três anos, após dois exames normais consecutivos realizados com um intervalo de um ano. A repetição em um ano após o primeiro teste tem como objetivo reduzir a possibilidade de um resultado falso-negativo na primeira rodada do rastreamento (4). A periodicidade de três anos tem como base a recomendação da OMS e as diretrizes da maioria dos países com programa de rastreamento organizado.