USPSF 2020 recomenda rastrear para hepatite B adolescentes e adultos que estejam em risco

| 04 out 2021 | ID: poems-44347

Área Temática:

Questão Clinica:

Profissionais que atuam na atenção primária devem rastrear infecção pelo vírus da hepatite B em adolescentes e adultos assintomáticos em risco, incluindo aqueles que foram previamente vacinados?
Resposta Baseada em Evidência:

Nesta revisão atualizada em 2020, a U.S. Preventive Services Task Force (USPSTF) encontrou evidências suficientes para recomendar o rastreamento da infecção pelo vírus da hepatite B (VHB) em adolescentes e adultos assintomáticos com risco aumentado, incluindo aqueles que foram previamente vacinados. Nesta revisão, considerou-se pessoas de risco aumentado para hepatite B aquelas nascidas em regiões com alta prevalência de infecção pelo VHB (prevalência igual ou superior a 8% para o CDC estadunidense), . Para o contexto dos EUA, também são considerados em risco aumentado os bebês não foram vacinados nascidos no país de pais que nasceram em regiões com alta prevalência da doença.

Curiosidade: esses grupos têm prevalência presumidamente >= 8%, ou é por outro motivo (digamos, incidência)?

Alertas:

Contexto:

Nesta revisão atualizada, encontrou-se evidências suficientes de que a terapia antiviral aumenta a probabilidade de se atingir a supressão virológica e a perda do antígeno de superfície da hepatite B, e de que não há riscos substanciais oriundos do rastreamento, embora não existam estudos robustos e controlados que avaliem os efeitos da triagem para infecção VHB.

Referencia

Weinbaum CM, Williams I, Mast EE, et al. Recommendations for identification and public health management of persons with chronic hepatitis B virus infection. MMWR Recomm Rep 2008; 57(RR-8):1-20. Disponível em: https://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/rr5708a1.htm

Outros estudos:

Brasil. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico Especial: Hepatites Virais 2021. Brasília: Ministério da Saúde, 2021. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/media/pdf/2021/julho/26/boletim-epidemiologico-de-hepatite-2021.pdf

Duarte, Geraldo et al. Protocolo Brasileiro para Infecções Sexualmente Transmissíveis 2020: hepatites virais. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 30, n. spe1, e2020834. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ress/a/tdp58qj9X5WC6VfbQ3pxJpS/

Telessaúde RS. Telecondutas Hepatite B. Rio Grande do Sul: Telessaúde RS; 2020. Disponível em: https://www.ufrgs.br/telessauders/documentos/telecondutas/Telecondutas_Hepatite_B_20190213_ver003.pdf.

US Preventive Services Task Force, Krist AH, Davidson KW, et al. Screening for hepatitis B virus infection in adolescents and adults. US Preventive Services Task Force recommendation statement. JAMA 2020;324(23):2415-2422. Disponível em: https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2774056

Comentários:

Em 2020, , sendo a menor taxa registrada no país na série histórica para a doença. Essas taxas são maiores em homens pardos e pretos de 35 a 39 e 50 a 54 anos das regiões Sul, Centro-Oeste e Norte do país. Os protocolos de rastreamento de hepatite B no Brasil não são rigorosamente definidos. O protocolo brasileiro mais recente se limita a dizer que “a testagem para hepatite B deve ser ofertada ou solicitada para todas as pessoas de maior vulnerabilidade ao agravo”. Em outros lugares, vê-se indicação de rastreamento em gestantes e pessoas de alto risco, como portadores de HIV e hepatite C; com comportamento sexual de risco; com elevação persistente de AST (TGO) ou ALT (TGP); e com história familiar de hepatite B crônica ou que vivem com portadores de hepatite B, o que se aproxima em muito das recomendações dos EUA. Consideramos, portanto, ser uma boa prática os profissionais incorporarem esse rastreamento em suas práticas, embora a frequência não esteja bem definida na literatura.

Data de acesso:

Endereço:

https://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/rr5708a1.htm

Número, Data e Autoria:

Thiago Dias Sarti, setembro 2021