Os opiáceos são a melhor escolha para melhorar a funcionalidade em adultos com dor crônica crônica nas costas, quadril ou joelho?

| 01 out 2021 | ID: poems-44154

Área Temática:

Questão Clinica:

Os opiáceos são a melhor escolha para melhorar a funcionalidade em adultos com dor crônica crônica nas costas, quadril ou joelho?
Resposta Baseada em Evidência:

Os medicamentos não opiáceos foram, no mínimo, tão eficazes quanto os opiáceos para melhorar a função relacionada à dor ao longo de 12 meses em adultos com dor crônica crônica nas costas ou dor da osteoartrite do joelho ou quadril. A evidência de que os opiáceos NÃO são superiores aos medicamentos não opiáceos para dor crônica, mas causam mais efeitos adversos, continua sendo forte.

Alertas:

Contexto:

Os pesquisadores identificaram adultos com dor crônica nas costas ou dor de osteoartrite no quadril ou joelho que classificaram como pelo menos moderadamente grave em uma escala padrão de classificação da dor e persistiram todos os dias por pelo menos 6 meses.  Pacientes com condições associadas como depressão severa ou sintomas de transtorno de estresse pós-traumático NÃO foram excluídos. Os participantes do estudo (N = 240) receberam aleatoriamente, após cegamento, tratamento da dor com opiáceo ou não-opiáceo. Os pacientes do grupo opiáceo começaram a tomar opiáceos orais de liberação imediata (IR) com escalonamento para opiáceos orais de liberação sustentada (SA) e, finalmente, ao fentanil transdérmico, se necessário. A titulação continuou até uma dose diária máxima de 100 miligramas equivalentes a morfina.  Os pacientes do grupo de medicamentos não opiáceos iniciaram com paracetamol e anti-inflamatórios não esteróides, com intensificação conforme necessário para medicamentos orais adjuvantes (por exemplo, amitriptilina, gabapentina) e analgésicos tópicos (por exemplo, capsaicina, lidocaína) e, finalmente, pregabalina, duloxetina  e/ou tramadol, se necessário.  A adesão à medicação foi monitorada por testes de drogas na urina e com verificação regular de um programa local de monitoramento de prescrição.  As taxas de acompanhamento variaram de 90% a 98% dos pacientes em 12 meses.  A idade média foi de 58,3 anos (21 – 80 anos) e 13% eram mulheres.  Usando análises de intenção de tratar, não houve diferença significativa, entre os grupos, na função relacionada à dor em 12 meses, com base em escalas de classificação padrão.  No geral, a intensidade da dor foi significativamente menor no grupo não-opiáceo durante 12 meses.  As desistências devido a sintomas adversos relacionados à medicação foram significativamente maiores no grupo opiáceo do que no grupo não-opiáceo (19% vs 8%, respectivamente). Nenhuma morte foi detectada nos dois dos grupos. Tramadol foi dispensado para 11% dos pacientes no grupo não-opiáceo nos 12 meses de acompanhamento.

Referencia

Krebs EE, Gravely A, Nugent S, et al. Effect of opioid vs nonopioid medications on pain-related function in patients with chronic back pain or hip or knee osteoarthritis pain. The SPACE randomized clinical trial. JAMA 2018;319(9):872-882. Disponível em: https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2673971

Comentários:

Reserve os opiáceos para a minoria de casos que eventualmente se beneficie mais do que receba dano.

Data de acesso:

Endereço:

https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2673971

Número, Data e Autoria:

André Luiz da Silva, maio 2020