O uso prolongado de bisfosfonados aumenta o risco de fraturas em mulheres mais velhas?

| 01 out 2021 | ID: poems-44170

Área Temática:

Questão Clinica:

O uso prolongado de bisfosfonados aumenta o risco de fraturas em mulheres mais velhas?
Resposta Baseada em Evidência:

Neste estudo de coorte, mulheres mais velhas com alto risco de fraturas que usaram bisfosfonados orais por 10 a 13 anos tiveram um risco maior de fraturas do que mulheres que usaram bisfosfonados por apenas 2 anos.

Alertas:

Contexto:

O estudo Women’s Health Initiative (WHI) teve 2 componentes, um Ensaio Clínico Randomizado que destruiu muitos mitos sobre terapia de reposição hormonal e um estudo observacional com quase 100.000 mulheres que serve de base para este estudo. Esses autores selecionaram um subconjunto de mulheres que tomaram um bisfosfonado oral por pelo menos 2 anos, tiveram dados de acompanhamento e tiveram uma pontuação no Escore de Risco para fraturas em 5 anos FRAX em 1,5% ou mais. Além disso, os autores excluíram mulheres que tomavam medicamentos que afetam o metabolismo ósseo (por exemplo, calcitonina, hormônio paratireoide, aromatase e assim por diante). Por fim, incluíram 5120 mulheres. Eles então compararam a taxa de fraturas clínicas, definidas pela WHI aquelas que excluíam fraturas de dedos das mãos e dos pés, mandíbula, nariz, face, crânio, costela, esterno e coluna cervical, em mulheres que tomaram bisfosfonados orais por apenas 2 anos com aquelas que os tomaram por 3 a 5 anos, 6 a 9 anos e 10 a 13 anos. As mulheres tinham, em média, 80 anos de idade, com um acompanhamento médio de 4 anos e relataram 127 fraturas de quadril, 159 fraturas de punho ou antebraço, 235 fraturas vertebrais clínicas e um total de 1313 fraturas clínicas (presumivelmente quadril mais punho mais antebraço mais clínica vertebral e todas as outras fraturas). Após levar em consideração outros fatores que podem influenciar a taxa de fraturas, 10 a 13 anos de uso de bisfosfonado foram associados a um risco maior de qualquer fratura clínica (mas não em um único local específico) do que 2 anos de uso (risco relativo= 1,29 ; IC95% 1,07 – 1,57). Não houve associação significativa entre o uso intermediário de bisfosfonados e o risco de fratura. Quando os autores analisaram apenas mulheres com fratura após os 54 anos, a relação entre o uso prolongado de bisfosfonados e a subsequente fratura permaneceu.

Referencia

Drieling RL, LaCroix AZ, Beresford SAA, et al. Long-term oral bisphosphonate therapy and fractures in older women: The Women’s Health Initiative. J Am Geriatr Soc 2017;65(9):1924-1931. Disponível em: https://agsjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/jgs.14911

Comentários:

Seria útil se eles incluíssem um grupo de mulheres sem exposição ao bisfosfonado, mas análises levando em conta dados coletados prospectivamente podem dar indicativos de associações importantes para prática clínica.

Data de acesso:

Endereço:

https://agsjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/jgs.14911

Número, Data e Autoria:

Luciano N. Duro, maio 2020