O monitoramento domiciliar dos níveis de glicose no sangue melhora o controle glicêmico ou a qualidade de vida em pacientes com diabetes tipo 2 que não usam insulina?

| 01 out 2021 | ID: poems-44177

Área Temática:

Questão Clinica:

O monitoramento domiciliar dos níveis de glicose no sangue melhora o controle glicêmico ou a qualidade de vida em pacientes com diabetes tipo 2 que não usam insulina?
Resposta Baseada em Evidência:

Muitos números, muito dinheiro, muitas tiras em aterros sanitários, pouco para mostrar. O monitoramento domiciliar de glicose de pacientes em atenção primária não melhora os níveis de hemoglobina A1c ou a qualidade de vida ao longo de 1 ano em pacientes que não usam insulina injetável. Os pacientes não se sentiram mais empoderados ou satisfeitos como resultado do monitoramento domiciliar, nem tiveram menos episódios hipoglicêmicos, e seus médicos não pareciam responder aos níveis de glicose no domicílio com nenhum efeito benéfico.

Alertas:

Contexto:

Esses pesquisadores identificaram adultos (idade média: 61 anos) com diabetes tipo 2 não tratados com insulina e com níveis de hemoglobina A1c entre 6,5% e 9,5%. A maioria dos pacientes (75%) monitorou seus níveis de glicose no sangue em casa antes do estudo, mas não havia sido atendida por um endocrinologista. Os 450 pacientes (que tiveram diabetes tipo 2 por uma média de 8 anos) foram divididos aleatoriamente, usando alocação oculta, em 1 de 3 braços: (1) nenhum monitoramento doméstico da glicose (MDG); (2) monitoramento padrão uma vez ao dia; e (3) monitoramento aprimorado uma vez ao dia, consistindo em valores de glicose imediatamente relatados ao paciente, além de mensagens personalizadas e automatizadas entregues através do medidor. Os médicos dos pacientes receberam os resultados de monitoramento doméstico da glicose, mas não foram convidados a seguir um protocolo específico para responder a eles. Após 6 meses e 1 ano, não houve diferença, em média, entre os grupos nos níveis de hemoglobina A1c (P = 0,74; Diferença ajustada da média de Hemoglobina Glicada estimada, MDG com mensagem vs sem MDG, −0,09%; IC 95%, −0,31% a 0,14%; MDG vs sem MDG, −0,05%; IC 95%, −0,27% a 0,17%), hospitalizações, episódios de hipoglicemia grave ou escores de qualidade de vida (diferença média estimada ajustada para o SF-36 Physical score: MDG com mensagem vs sem MDG, −0,83 pontos; IC 95%, −2,33 a 0,67; MDG vs sem MDG, −0,05 pontos; IC 95%, −1,54 a 1,44). Da mesma forma, não houve diferença entre os grupos na satisfação com o tratamento ou nos sentimentos de empoderamento.

Referencia

Young LA, Buse JB, Weaver MA, et al, for the Monitor Trial Group. Glucose self-monitoring in non-insulin-treated patients with type 2 diabetes in primary care settings. A randomized trial. JAMA Intern Med 2017;177(7):920-929. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5818811/

Comentários:

O uso da verificação domiciliar da glicemia capilar com telemonitoramento sem o uso de protocolos para organizar ações-resposta fez com que uma parte dos objetivos do estudo perdessem o sentido, tendo em vista que avaliar qualidade de vida era uma proposta de avaliação do estudo.

Data de acesso:

Endereço:

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5818811/

Número, Data e Autoria:

Luciano N. Duro, maio 2020