Não houve diferença na incidência de diarreia, ou de diarreia induzida por antibióticos ao se utilizar Lactobacillus plantarum.
Este estudo foi conduzido por 3 autores empregados pelo fabricante da medicação e financiado por ela. 447 crianças geralmente saudáveis tratadas com antibióticos para infecções não gastrointestinais foram randomizadas para receber cápsulas de lactobacillus plantarum DSM9843 (LP299V) ou placebo, continuando a tomar o medicamento do estudo por 1 semana após o término do antibiótico. Houve uma perda de 12% da amostra por abandono. Os grupos foram semelhantes no início do estudo, incluindo os motivos do tratamento e os tipos de antibióticos utilizados. Durante o estudo, a taxa de ter pelo menos um episódio de fezes soltas e aquosas foi semelhante nos dois grupos (39% vs 45%, p valor=0,26). A taxa de diarréia associada a antibióticos (mais de 3 fezes soltas por dia) também foi semelhante nos dois grupos (3% vs 4% p valor=0,4), assim como o número médio de fezes soltas (4 vs 5 p valor=Não Significativo)). Finalmente, não houve diferença na taxa de sintomas gastrointestinais, como dor abdominal, distensão, vômito ou flatulência. O estudo teve poder suficiente (80%) para detectar uma redução de 10% na taxa de diarreia associada a antibióticos.
Olek A, Woynarowski M, Ahren IL, et al. Efficacy and safety of Lactobacillus plantarum DSM 9843 (LP299V) in the prevention of antibiotic-associated gastrointestinal symptoms in children—randomized, double-blind, placebo-controlled study. J Pediatr 2017;186:82-86. Disponível em: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0022-3476(17)30459-6
A diarreia induzida por antibióticos é um evento que pode variar entre 11 a 40% na sua prevalência; portanto, deve ser sempre considerada na prática, mas a utilização de Lactobacillus plantarum com intensão de prevenir esse evento não parece efetiva.