BVS Atenção Primária em Saúde
Traduzindo o conhecimento científico para a prática do cuidado à saúde
Traduzindo o conhecimento científico para a prática do cuidado à saúde
Medicamentos como os inibidores de acetilcolinesterase, bem como anti-hipertensivos, medicamentos para diabetes, medicamentos para redução de lipídios, fármacos anti-inflamatórios não esteróides, testosterona e estrógenos, todos se mostram ineficazes para evitar a progressão para demência e doença de Alzheimer.
Esses pesquisadores pesquisaram 4 bancos de dados, incluindo a Cochrane Library, para identificar ensaios clínicos randomizados e não randomizados em inglês que incluíram adultos sem demência. Eles também pesquisaram listas de referência de estudos anteriores e incluíram um relatório anterior que avaliou intervenções para prevenir o declínio cognitivo. Dois revisores avaliaram a qualidade dos estudos e um revisor extraiu os dados dos estudos, que foram verificados por outro revisor. Esta ampla revisão identificou 3 estudos de inibidores da acetilcolinesterase, embora a maior parte do impacto tenha sido de um único estudo com donepezila em 512 pacientes com déficit cognitivo pré-existente. Após 3 anos, o tratamento ativo não afetou a progressão para a doença de Alzheimer nem afetou nenhum resultado do teste cognitivo em comparação com o placebo. Aparentemente, o uso de dose elevada de raloxifeno, mas não a dose habitual de 60 mg por dia, diminuiu a probabilidade de desenvolver comprometimento cognitivo leve, mas não demência, em um único estudo (evidência de baixa qualidade). Outros tratamentos também foram ineficazes, incluindo anti-hipertensivos, medicamentos para diabetes, medicamentos para redução de lipídios, fármacos anti-inflamatórios não esteróides e testosterona. Estrogênio sozinho ou com progestina aumentou o risco de demência em um estudo de baixa qualidade.
Fink HA, Jutkowitz E, McCarten R, et al. Pharmacologic interventions to prevent cognitive decline, mild cognitive impairment, and clinical Alzheimer-type dementia. A systematic review. Ann Intern Med 2018;168(1):39-51. Disponível em: https://www.acpjournals.org/doi/10.7326/M17-1529?url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori%3Arid%3Acrossref.org&rfr_dat=cr_pub++0pubmed&
Enquanto não houver tratamentos que demonstrem êxito, guias de prescrição de drogas para prevenção ou postergação da DA devem ser relativizadas e questionadas. A pressão por cuidar não deve levar os médicos a prescrever condutas sem evidência de efetividade e segurança.