BVS Atenção Primária em Saúde
Traduzindo o conhecimento científico para a prática do cuidado à saúde
Traduzindo o conhecimento científico para a prática do cuidado à saúde
Os pacientes geralmente não revelam sintomas, incluindo alguns que consideram sensíveis, como ansiedade, depressão e problemas sexuais ou interpessoais.
Esses pesquisadores abordaram 252 adultos agendados para consultar com 1 dos 15 médicos de família e comunidade e pediram permissão para gravar o encontro. Por fim, 190 concordaram e foram filmados. Cada paciente foi entrevistado antes da consulta e questionado sobre o principal motivo dela, a presença de 11 grupos de sintomas em uma lista de verificação e se a pessoa planejava abordar o sintoma com o médico. Os sintomas presentes em pelo menos metade incluía dor nas articulações, dor nas costas ou no pescoço, cansaço ou problemas de sono e tossir/resfriado/dificuldade para respirar. Dos 188 pacientes que identificaram o principal motivo da consulta, 185 discutiram isso com seu médico. No entanto, entre os 139 pacientes que identificaram uma intenção de discutir pelo menos um sintoma da lista de verificação, 43 pacientes falharam em revelar 67 sintomas ao médico durante a visita. Os sintomas que os pacientes identificaram na lista de verificação, mas que na maioria das vezes indicaram que não queriam conversar com seu médico, incluíam o estresse; preocupações ou tristeza; cansaço ou problemas de sono; problemas para urinar; dor de cabeça; e problemas íntimos ou pessoais. Entre aqueles que expressaram a intenção de discutir o problema com seu médico, na maioria das vezes não mencionaram problemas de cansaço ou sono e problemas íntimos ou pessoais. O fato de pacientes e médicos de família saberem que eles faziam parte de um estudo sobre comunicação médico-paciente significa que, se houver alguma coisa, os resultados podem subestimar o problema no mundo real.
Paskins Z, Sanders T, Croft PR, Green J, McKinley R, Hassell AB. Non-disclosure of symptoms in primary care: an observational study. Fam Pract 2018;35(6):706-711. Disponível em: https://academic.oup.com/fampra/article/35/6/706/4964005
É importante que, como médicos da atenção primária, continuemos cientes disso, procuremos pistas e garantamos que os pacientes saibam que têm permissão e um espaço seguro para discutir essas questões conosco.