BVS Atenção Primária em Saúde
Traduzindo o conhecimento científico para a prática do cuidado à saúde
Anti-inflamatórios não esteróides tem um pequeno efeito de curto prazo na dor lombar
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10 dez 2014 |
ID: poems-75
Área Temática:
Questão Clinica:
Quão efetivo são os anti-inflamatórios não esteróides ( AINEs) no tratamento da lombalgia inespecífica?
Resposta Baseada em Evidência:
Comparados com placebo, os AINEs são eficazes para o alívio sintomático a curto prazo em pacientes com lombalgia aguda ou crônica sem ciatalgia. Entretanto, o efeito pode ter pouco significado clínico. Em pacientes com dor ciática, nenhuma diferença no efeito entre o uso de AINEs e placebo foi encontrada. AINEs não são mais eficazes do que outras drogas ( paracetamol/acetaminofen, analgésicos narcóticos e relaxantes musculares).
Alertas:
Apenas 42% dos estudos foram considerados de alta qualidade e muitos deles tiveram um número pequeno de participantes. Placebo e paracetamol/acetaminofen tiveram menos efeitos colaterais do que os AINEs, apesar dos AINEs terem tido menos efeitos colaterais do que os relaxantes musculares e os analgésicos narcóticos. Os novos AINEs COX2 não demonstraram ser mais eficazes do que os AINEs tradicionais, mas foram associados com menos efeitos colaterais, particularmente úlcera gástrica. Entretanto, outros estudos tem demonstrado que alguns AINEs COX2 estão associados com um risco cardiovascular aumentado.
Contexto:
Os AINEs são os medicamentos prescritos com mais freqüência em todo o mundo e são amplamente usados para pacientes com lombalgia. Na maioria das diretrizes internacionais para o manejo de lombalgia na atenção primária, os AINEs são recomendados como uma opção de tratamento após o uso do paracetamol/acetaminofen ter sido tentado.
Referencia
Roelofs PDDM et al. Anti-inflamatórios não esteróides para lombalgia. Cochrane Reviews 2008, Issue 1. Art. No.: CD000396. DOI:10.1002/14651858. CD000396.pub3. Disponível em: http://cochrane.bvsalud.org/doc.php?db=reviews&id=CD000396
Esta revisão contém 65 ensaios envolvendo 11.237 participantes.
Este estudo reforça a importância de:
1) Avaliar o uso adequado de fármacos para cada situação da prática clínica, prevenindo seu uso indiscriminado.
2) Tratar adequadamente um situação clínica que está entre as mais comuns nos consultórios de APS do Brasil.
Tradução e comentários da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, julho 2010.