O estrogênio transdérmico, mas não oral, produziu uma pequena melhora nos escores da função sexual em mulheres na menopausa. Os aumentos foram muito pequenos e podem não ser notados pela maioria das mulheres. Embora tivessem baixos escores de função sexual basal, elas não estavam necessariamente preocupadas com isso, então este estudo não avaliou aquelas com disfunção sexual
Esta pesquisa é parte de um estudo maior que investiga o papel da reposição de estrogênio na progressão da aterosclerose. 670 mulheres com menos de 3 anos de seu último período menstrual (idade média de 52,7 anos) foram recrutadas e randomizadas (usando alocação oculta) para receber estrogênios equinos conjugados orais 0,45 mg / dia, estradiol transdérmico 50 mcg / dia ou placebo por 4 anos, junto com progesterona micronizada 12 dias por mês. O estudo usou o Inventário de Função Sexual Feminina (FSFI, em inglês) para rastrear a função sexual, embora os autores não tenham avaliado o sofrimento associado à baixa função sexual, que é necessária para um diagnóstico de disfunção sexual. As pontuações do FSFI, em média, eram baixas no início do tratamento – 18,4 a 19,1 em 36 possíveis; 74% das mulheres com uma pontuação que indica baixa função sexual (<26,55). Ao longo do estudo, o estrogênio transdérmico, mas não oral, foi associado a um aumento pequeno, mas estatisticamente significativo nas pontuações do FSFI, (eficácia média 2,6; IC 95% 1,11 – 4,10; P = 0,002), com melhorias significativas na lubrificação e subescalas de dor do inventário. No entanto, 67% das mulheres tratadas com estrogênio transdérmico ainda apresentavam baixa função sexual, mesmo sendo estatisticamente diferentes das mulheres do grupo placebo (67%; IC95% entre 55% e 77% vs 76%; IC95% entre 67% e 83%; P = 0,04).
Taylor HS, Tal A, Pal L, et al. Effects of oral vs transdermal estrogen therapy on sexual function in early postmenopause. Ancillary study of the Kronos Early Estrogen Prevention Study (KEEPS). JAMA Intern Med 2017;177(10):1471-1479. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5710212/
A discussão mais importante destes resultados recai em dois pontos. O primeiro é sobre o artigo mostrar aumento estatístico num escore de sinais e sintomas relacionados à funções sexuais femininas, porém, em segundo lugar, mostrar que a maioria (67% no grupo com melhor desempenho no tratamento com estrogênio transdérmico) permaneceu com escores considerados baixos. Isso leva ao entendimento que, apesar de melhorar escores, a intervenção não mudou o panorama para essas mulheres.