A roupa de cama impermeável aos ácaros pode diminuir as exacerbações da asma em crianças com asma sensíveis aos ácaros?

| 01 out 2021 | ID: poems-44099

Área Temática:

Questão Clinica:

A roupa de cama impermeável aos ácaros pode diminuir as exacerbações da asma em crianças com asma sensíveis aos ácaros?
Resposta Baseada em Evidência:

Alertas:

Contexto:

Este estudo britânico incluiu crianças com asma diagnosticada que procuraram atendimento hospitalar por exacerbação (pronto atendimento ou sala de observação). Após a melhora clínica, os pesquisadores realizaram testes de pele para alérgenos, como ácaro, gatos, cães, pólen entre outros. Eles randomizaram crianças que tinham uma pápula pelo menos 3 mm maior que o controle negativo para receber coberturas impermeáveis (n = 146) ou idênticas, mas não impermeáveis (n = 138) para usar em casa. Os pesquisadores deram a todos os participantes as mesmas instruções sobre os cuidados com as roupas de cama e nenhum deles recebeu instruções sobre como evitar os ácaros. Os entrevistadores cegados para qual grupo pertenciam entrevistaram o cuidador principal da criança 1, 4, 8 e 12 meses após a inscrição para verificar exacerbações, cuidados médicos não programados, uso de medicamentos e qualidade de vida. Além disso, pesquisadores realizaram registros da quantidade de ácaros no chão do quarto da criança no início e final do estudo. Após um ano, 29% das crianças do grupo tratamento apresentaram exacerbações necessitando buscar atendimento hospitalar, comparados aos 42% nos controles, com um número necessário para tratar de 9 para evitar uma exacerbação (intervalo de confiança 95% entre 5 e 512).

Referencia

Referências bibliográficas:

Murray CS, Foden P, Sumner H, Shepley E, Custovic A, Simpson A. Preventing severe asthma exacerbations in children. A randomized trial of mite-impermeable bedcovers. Am J Respir Crit Care Med 2017;196(2):150-158. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28282501/

Comentários:

As análises de qualidade de vida não foram possíveis devido ao baixo índice de resposta aos questionários. Os resultados foram favoráveis ao uso da cobertura das camas, no entanto, quase metade das crianças em cada grupo usou corticosteróides orais durante o ano. Aproximadamente 25% das crianças reclamaram que as coberturas especiais da cama eram desconfortáveis e pensaram em removê-las, assim como menos de 3% das crianças com as coberturas regulares. Outra questão importante a se levar em consideração é o intervalo de confiança extremamente amplo para o NNT, deixando a entender a grande possibilidade de variabilidade nos resultados possíveis, levando a necessidade de se avaliar cada caso em particular ao se pensar em oferecer tal intervenção.

Data de acesso:

Endereço:

https://spiral.imperial.ac.uk/handle/10044/1/45979

Número, Data e Autoria:

Luciano N. Duro, janeiro 2020