BVS Atenção Primária em Saúde
Traduzindo o conhecimento científico para a prática do cuidado à saúde
Traduzindo o conhecimento científico para a prática do cuidado à saúde
Nesta análise post-hoc do estudo SPRINT, a redução da pressão arterial sistólica de pacientes com risco aumentado de eventos cardiovasculares (idade média de 66 anos) diminuirá o risco de doença cardiovascular, mas aumentará a probabilidade de desenvolver disfunção renal moderada. Pelo menos durante três anos, não aumentará a probabilidade de desenvolver doença renal terminal.
Este relatório é uma análise de subgrupo do SPRINT (Ensaio de intervenção na pressão arterial sistólica), que incluiu pacientes com pressão alta e risco cardiovascular elevado. Essa análise foi limitada aos 6662 participantes, com idade média de 66 anos, com uma taxa de filtração glomerular estimada basal (TFG) de pelo menos 60 mL / min / 1,73 m2, que representava aproximadamente 70% do total da coorte original. Os participantes foram designados aleatoriamente, com ocultação de alocação desconhecida, a serem tratados para atingir uma redução de pressão arterial sistólica intensiva (120 mm Hg ou inferior) ou padrão (140 mm Hg ou inferior). A diferença real da pressão arterial entre os dois grupos foi de 15 mm Hg em média. Significativamente mais pessoas no grupo com pressão arterial baixa apresentaram um declínio significativo da função renal, definido como um declínio de 30% ou mais na TFG para menos de 60 mL / min / 1,73 m2 (número necessário para causar dano = 38; IC95% 29 a 53) Mas, como no relatório completo do SPRINT, o risco de morte ou evento cardiovascular durante 3 anos foi menor com menor pressão arterial sistólica (4,9% no grupo intensivo e 7,1% no grupo padrão, com 3 anos de seguimento, com uma hazard ratio de 0,71 (IC 95%, 0,59 a 0,86).
Referências bibliográficas: Beddhu S, Rocco MV, Toto R, et al, for the SPRINT Research Group. Effects of intensive systolic blood pressure control on kidney and cardiovascular outcomes in persons without kidney disease. A secondary analysis of a randomized trial. Ann Intern Med 2017;167(6):375-383. Disponível em: https://www.acpjournals.org/doi/10.7326/M16-2966?url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori%3Arid%3Acrossref.org&rfr_dat=cr_pub++0pubmed&
Nenhum dos participantes desenvolveu doença renal em estágio terminal. Análises post-hoc como esta são arriscadas de interpretar, mas, neste caso, os resultados ecoam a análise no relatório original. A redução intensiva da PAS aumentou o risco da incidência de DRC, mas isso foi superado pelos benefícios de mortalidade cardiovascular e por todas as causas. Embora a randomização dos participantes no subgrupo sem insuficiência renal não tenha sido estratificada pela taxa de filtração glomerular estimada, todos os participantes foram randomicamente alocados entre os grupos de intervenção e isso não prejudicou a confiabilidade dos resultados.