As ações conjuntas entre profissionais do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) e equipes de Saúde da Família
(eSF) são aquelas que contam com a participação de pelo menos um profissional do NASF e um profissional das equipes apoiadas. São possibilidades de configuração dessas ações a reunião de matriciamento, o atendimento individual compartilhado, o atendimento domiciliar compartilhado, a atividade coletiva compartilhada e outras ações de educação permanente desenvolvida entre essas equipes. (1)
A reunião de matriciamento é um espaço de ocorrência periódica (realizado no mínimo mensalmente) destinado à problematização, ao planejamento, à programação e à execução de ações colaborativas entre NASF e eSF, que se pauta em uma relação dialógica e horizontal entre os profissionais e está baseada em uma abordagem centrada na pessoa, com enfoque intersubjetivo e interdisciplinar 1. Deve englobar discussões de casos e temas (fortemente relacionados à educação permanente), pactuações entre os profissionais envolvidos, planejamento e programação de ações (como construção de propostas de grupos, atendimentos e intervenções entre as equipes), ações de vigilância em saúde, monitoramento e outras1. Para que possam ser realizadas, deve haver horário protegido na agenda dos profissionais envolvidos, organização da eSF para definição dos casos ou situações para matriciamento e dos profissionais do NASF para devolutivas às equipes apoiadas. (1)
O atendimento individual compartilhado é aquele realizado conjuntamente por pelo menos um profissional do NASF e um profissional da eSF (exemplo: um atendimento a uma criança em fase de introdução de alimentos realizado conjuntamente entre o enfermeiro e o nutricionista).(1)
O atendimento domiciliar compartilhado é o atendimento a um indivíduo ou família realizado no domicílio com a presença de pelo menos um profissional do NASF e um profissional da eSF, que visa especialmente promover o acesso ao cuidado em saúde aos usuários restritos ao leito ou ao domicílio (exemplo: atendimento domiciliar realizado entre o médico e o psicólogo para uma pessoa restrita ao leito).(1)
A atividade coletiva compartilhada é aquela realizada em grupo, desenvolvida na Unidade Básica de Saúde (UBS) ou em outros espaços do território (como associações de moradores) que contam com a presença de profissionais do NASF e da eSF. Podem ser de coordenação conjunta (exemplo: fisioterapeuta e técnico de enfermagem coordenando um grupo de postura corporal) ou de coordenação do profissional do NASF ou da eSF contando com a participação ocasional de outros profissionais da Atenção Básica (AB). O apoio do NASF pode se dar, também, para planejamento e programação conjunta de grupos de educação e saúde e ações de sensibilização desenvolvidas1. O apoio pode ocorrer sempre que demandado pelas equipes de AB, a partir da identificação pelo NASF da necessidade de qualificação dos grupos já realizados ou da necessidade de incentivo ao desenvolvimento de grupos de promoção à saúde. (1)
As ações compartilhadas no território são outro exemplo de ações conjuntas que podem ser desenvolvidas entre NASF e equipes apoiadas. Nessas ações, pode haver a participação do NASF na territorialização da área adscrita, no desenvolvimento de ações intersetorias, de vigilância em saúde e em ações de controle social em conjunto com a eSF.
A proposta de trabalhar na lógica do apoio matricial tem como pano de fundo a tentativa de romper com o modelo centrado nas ações disciplinares, caracterizadas pela baixa articulação de saberes e práticas dos profissionais de saúde. As ações conjuntas (ou compartilhadas) são consideradas importantes estratégias para a educação permanente das eSF, uma vez que o compartilhamento de saberes e práticas promove o “aprender no fazer em conjunto”1, com especial potencial para favorecer essa nova forma de atuação entre NASF e equipes vinculadas.
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