Quantos pacientes doentes o exame de colonoscopia pode detectar? Qual sua sensibilidade?

| 11 março 2013 | ID: sofs-5389
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: ,
Recorte Temático:

A colonoscopia é um exame de imagem  que permite a visualização do interior de todo o cólon. O instrumento utilizado é um tubo flexível com cerca de um metro de comprimento e um centímetro de diâmetro. Na extremidade final desse tubo existe uma mini-câmera de TV, que transmite para um monitor colorido, as imagens do interior do cólon e do íleo-terminal. Essas imagens são fotografadas e impressas.
Durante a realização da colonoscopia, o cólon precisa estar completamente limpo, isto é, sem fezes e resíduos alimentares. Partículas de fezes ou de alimentos interferem na visualização adequada e na segurança do exame, que é  realizado por médico. Costuma ser feito em regime ambulatorial, isto é, não há necessidade de internação . É utilizada  para detectar doenças do intestino, entre elas, o  câncer colorretal.
Em uma revisão recente de 25 estudos com 9223 pacientes, a sensibilidade encontrada para detecção de câncer colorretal através da colonoscopia foi de 94.7 %.
Quando se realiza um exame para detectar uma doença podem ocorrer erros ou resultados imprecisos. Para saber quão preciso é o exame, duas medidas foram criadas: a sensibilidade e a especificidade. A sensibilidade mede a capacidade do exame em identificar corretamente a doença entre aqueles que a possuem. A especificidade mede a capacidade do exame em excluir corretamente aqueles que não possuem a doença. Um bom exame possui um alto valor para a sensibilidade e para a especificidade, pois ele identificará corretamente aqueles que têm a doença e aqueles que não têm.
Para o Brasil, no ano de 2012, esperam-se 14.180 casos novos de câncer do cólon e reto em homens e 15.960 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 15 casos novos a cada 100 mil homens e 16 a cada 100 mil mulheres.
O câncer colorretal abrange tumores que acometem um segmento do cólon e reto. É tratável e, na maioria dos casos, curável, ao ser detectado precocemente, quando ainda não se espalhou para outros órgãos. Grande parte desses tumores se inicia a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso. Uma maneira de prevenir o aparecimento dos tumores seria a detecção e a remoção dos pólipos antes de eles se tornarem malignos.
Esses tumores podem ser detectados precocemente através de dois exames: pesquisa de sangue oculto nas fezes e colonoscopia. Pessoas com mais de 50 anos devem se submeter anualmente à pesquisa de sangue oculto nas fezes. Caso o resultado seja positivo, é recomendada a colonoscopia.


Sugestões de promoções de saúde oportunas: O desenvolvimento de várias formas comuns de câncer é resultado da interação entre fatores da própria pessoa e ambientais, sendo o mais notável desses fatores a dieta. Uma dieta com base em um alto consumo de frutas, vegetais frescos, cereais e peixes, bem como a prática de atividade física estão associadas a um menor risco de desenvolvimento do câncer do cólon e reto. Por outro lado, o consumo excessivo de carne vermelha, embutidos e bebidas alcoólicas, o tabagismo e a obesidade ou o sobrepeso favorecem o desenvolvimento desse tipo de câncer. Mas os fatores de risco mais relevantes são a história familiar de câncer colorretal e a predisposição genética ao desenvolvimento de doenças crônicas do intestino. A idade também é considerada um fator de risco importante, pois tanto a incidência como a mortalidade aumentam com a idade.
Discutir com a Equipe e planejar eventos direcionados a  promoção de hábitos de vida saudável e atividade física são sugestões possíveis de realizar em uma Unidade Básica de Saúde, com o apoio da comunidade .

Bibliografia Selecionada:

  1. Colorectal cancer: CT colonography and colonoscopy for detection; systematic review and meta-analysis (Provisional abstract)
  2. Pickhardt PJ, Hassan C, Halligan S, Marmo R, . Colorectal cancer: CT colonography and colonoscopy for detection; systematic review and meta-analysis. Radiology 2011;259(2) :393-405. Disponível em http://pubs.rsna.org/doi/full/10.1148/radiol.11101887 Acesso em: 11 mar 2013.
  3. INCA – Instituto Nacional de Câncer. Estimativa 2012: Incidência de Câncer no Brasil. Disponível em: http://portal.saude.sp.gov.br/resources/ses/perfil/gestor/homepage/estimativas-de-incidencia-de-cancer-2012/estimativas_incidencia_cancer_2012.pdf Acesso em: 11 mar 2013.
  4. UFMG. Faculdade de Medicina. Módulo Epidemiologia – Aula 8: Validade e Confiabilidade. Disponível em: http://www.profamilia.ufmg.br/bhvida/docs/AULA%208_EPIDEMIOLOGIA_Validade_e_Confiabilidade.pdf Acesso em: 11 mar 2013.
  5. Ministério da Justiça do Brasil. Pesquisas e Estatísticas. Conceitos Estadísticos. Sensibilidade e Especificidade. Disponível em: http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/conteudo/index.php?id_conteudo=11450&rastro=PESQUISAS+E+ESTAT%C3%8DSTICAS%2FConceitos+Estat%C3%ADsticos/Sensibilidade+e+Especificidade Acesso em: 11 mar 2013.
  6. Informações sobre a colonoscopia. Disponível em: http://www.colonoscopia.com/fiquepordentro/frame.htm Acesso em: 11 mar 2013.