O momento de encaminhar uma criança com amigdalite de repetição ao especialista focal (otorrinolaringologista) em geral coincide com o momento em que se começa a cogitar a possibilidade de tratamento cirúrgico.
Segundo metanálise da Biblioteca Cochrane1, adenotonsilectomia/tonsilectomia para o tratamento de amigdalite de repetição é efetiva na redução do número de episódios de odinofagia em crianças, sobretudo naquelas mais severamente afetadas. O tamanho deste efeito é moderado, mas um benefício adicional poderia ocorrer pelo conhecimento de um destes períodos de dor na criança submetida ao procedimento cirúrgico – o pós-operatório.
Os autores sugerem que tanto pacientes/pais ou médicos que cogitem a realização da cirurgia devam estar cientes de duas incertezas na hora da decisão. Em primeiro lugar quanto à idéia de que os sintomas são realmente devido a problemas amigdalianos, levando-se em conta que a cirurgia não é uma panacéia para todos os tipo de odinofagia. Outra incerteza diz respeito à continuidade dos sintomas no futuro, uma vez que isto é apenas em parte previsível pela severidade dos sintomas vivenciados no passado.
De acordo com protocolo produzido pelo Scottish Intercolllegiate Guidelines Network2, devem ter a tonsilectomia (encaminhamento para otorrinolaringologista) as crianças que preenchem todos os critérios abaixo descritos:
- certificação de que os episódios de odinofagia são decorrentes de amigdalite
- cinco ou mais episódios anuais de amigdalite
- sintomas com duração de pelo menos um ano
- episódios de odinofagia que são “debilitantes” e que trazem prejuízo funcional para a criança.