Quando foi iniciada a Estratégia de Saúde da Família no Brasil?

| 28 julho 2015 | ID: sofs-21564
Solicitante:
DeCS/MeSH: ,

A Estratégia de Saúde da Família (ESF) iniciou com o Programa Saúde da Família (PSF), concebido pelo Ministério da Saúde em 1994. Desde então é definido como estratégia prioritária para a organização e fortalecimento da Atenção Primária em Saúde (APS) no País. Por meio dessa estratégia, a atenção à saúde é feita por uma equipe composta por profissionais de diferentes categorias (multidisciplinar) trabalhando de forma articulada (interdisciplinar) que considera as pessoas como um todo, levando em conta suas condições de trabalho, de moradia, suas relações com a família e com a comunidade.(1)

O PSF surge no Brasil como uma reorientação do modelo assistencial a partir da Atenção Básica, em conformidade com os princípios do Sistema Único de Saúde. Assim, o PSF se apresentou como uma nova maneira de trabalhar a saúde, tendo a família como centro de atenção e não somente o indivíduo doente, introduzindo nova visão no processo de intervenção em saúde na medida em que não espera a população chegar para ser atendida, pois age preventivamente sobre ela a partir de um novo modelo de atenção.
E, para atingi-lo, a Equipe de Saúde da Família (eSF) precisa conhecer a realidade da população sob sua responsabilidade: os contextos familiares e a vida comunitária, desenvolvendo um processo de planejamento pactuado em cada uma de suas fases: na programação, na execução e na avaliação.
Embora rotulado como programa inicialmente, o PSF, por suas especificidades, foge à concepção usual dos demais programas concebidos pelo Ministério da Saúde, já que não é uma intervenção vertical e paralela às atividades dos serviços de saúde. Pelo contrário, caracteriza-se como estratégia que possibilita a integração e promove a organização das atividades em um território definido com o propósito de enfrentar e resolver os problemas identificados.(2)
Para o Ministério da Saúde, o PSF é uma estratégia que visava atender indivíduo e a família de forma integral e contínua, desenvolvendo ações de promoção, proteção e recuperação da saúde. Tem como objetivo reorganizar a prática assistencial, centrada no hospital, passando a enfocar a família em seu ambiente físico e social (5). O PSF pode ser definido como: “um modelo de atenção que pressupõe o reconhecimento de saúde como um direito de cidadania, expresso na melhoria das condições de vida; no que toca a área de saúde, essa melhoria deve ser traduzida em serviços mais resolutivos, integrais e principalmente humanizados”.
As eSF, funcionando adequadamente, são capazes de resolver 85% dos problemas de saúde em sua comunidade, prestando atendimento de bom nível, prevenindo doenças, evitando internações desnecessárias e melhorando a qualidade de vida da população. (4)
Portanto, a ESF, assim chamada atualmente, se torna fundamental para a mudança do modelo assistencial visando a qualidade de vida da comunidade.


Atributos APS

A ESF possibilita uma relação de longa duração entre a equipe de saúde e os usuários (vínculo), independentemente da presença ou ausência de problemas de saúde (longitudinalidade). O foco da atenção é a pessoa, e não a doença. As ações e serviços de saúde devem ser pautados pelo princípio da humanização. O acolhimento é uma das formas de concretizar esse princípio e se caracteriza como um modo de agir que dá atenção a todos que procuram os serviços, não só ouvindo suas necessidades, mas percebendo aquilo que muitas vezes não é dito.

Bibliografia Selecionada:

  1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. O trabalho do agente comunitário de saúde.  Brasília: Ministério da Saúde, 2009. Acesso em 28/julho/2015. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/manual_acs.pdf
  2. Rosa WAG, Labate RC. Programa Saúde da Família: a construção de um novo modelo de assistência. RevLatino-am Enfermagem 2005 novembro-dezembro 13(6):1027-34. Acesso em 28/julho/2015. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v13n6/v13n6a16.pdf
  3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Coordenação de Saúde da Comunidade.Saúde da Família: uma estratégia para a reorientação do modelo assistencial.Brasília. Ministério da Saúde, 1997. Acesso em 28/julho/2015. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd09_16.pdf
  4. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. A implantação da Unidade de Saúde da Família. (Cadernos de Atenção Básica, 1) Brasília, Ministério da Saúde, 2000. Acesso em 28/julho/2015. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_atencao_basica_n1_p1.pdf
  5. Brasil. Ministério da Saúde. Saúde da Família: uma estratégia para a reorganização do modelo assistencial. Brasília: Ministério da Saúde; 1997. Acesso em 28/julho/2015. Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd09_16.pdf
  6. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia prático do agente comunitário de saúde. Brasília : Ministério da Saúde, 2009. Acesso em 28/julho/2015. Disponível em: http://dab.saude.gov.br/docs/publicacoes/geral/guia_acs.pdf