A avaliação regular dos pés da pessoa com Diabetes Mellitus (DM) com estesiômetro, deve ser realizada por profissionais de nível superior e/ou profissional capacitado 7 segundo a periodicidade recomendada 1; 16 . Contudo ressalvamos de que é de responsabilidade da equipe multidisciplinar da Atenção Básica em Saúde/Atenção Primária em Saúde (ABS/APS) realizar avaliação e acompanhamento integral a pessoa portadora de pé diabético ou DM; conforme descrito no Manual do pé diabético do Ministério da Saúde (2016). O Pé Diabético (PD) é uma das complicações mais comuns da DM, causando uma queda significativa da qualidade de vida e está associado com taxas altas de ocupação e permanência hospitalares, com repetidas intervenções cirúrgicas e repetidas hospitalizações anuais 2. O diagnóstico precoce através da verificação das alterações dos níveis de sensibilidade, pode-se alertar para os primeiros sintomas do PD e evitar sua progressão 2. A avaliação neurológica compreende a avalição da sensibilidade (tátil, dolorosa-térmica e vibratória), a avaliação de reflexos tendíneos e a avaliação da função motora. Tem como objetivo principal a identificação da perda da sensibilidade protetora dos pés, para classificação de risco e prevenção de complicações; os testes que se mostraram mais úteis para a pesquisa de neuropatia periférica no contexto do PD foram às avaliações de sensibilidade tátil com monofilamento e vibratória. A ausência total ou parcial do reflexo Aquileu também constitui um importante sinal preditivo de processos ulcerativos nos pés e deve ser periodicamente avaliado 1.
A avaliação da sensibilidade tátil com monofilamento de Semmes-Weinstem é o método de escolha recomendado como exame de rastreamento de neuropatia diabética: tem boa relação custo benefício, alta reprodutibilidade confirmada por estudos prospectivos e elevada especificidade 1;28. Para a realização desta técnica deve seguir o descrito no Manual do Pé diabético do Ministério da Saúde.1; 29, 6; 98:
1º – Esclarecer o paciente sobre o teste. Solicitar ao mesmo que diga “sim” cada vez que perceber o contato com o monofilamento.
2º – Aplicar o monofilamento adequado (10 gramas) perpendicular à superfície da pele, sem que a pessoa examinada veja o momento do toque.
3º – Pressionar com força suficiente apenas para encurvar o monofilamento, sem que ele deslize sobre a pele.
4º – O tempo total entre o toque para encurvar o monofilamento e sua remoção não deve exceder 2 segundos.
5º – Perguntar, aleatoriamente, se o paciente sentiu ou não a pressão/toque (SIM ou NÃO) e onde está sendo tocado (Pé Direito ou Esquerdo).
6º – Serão pesquisados quatro pontos (pontos vermelho-escuro), em ambos os pés.
Fonte: Manual do Diabético, 2016
7º – Aplicar duas vezes no mesmo local, alternando com pelo menos uma vez simulada (não tocar), contabilizando no mínimo três perguntas por aplicação.
8º – A percepção da sensibilidade protetora está presente se duas respostas forem corretas das três aplicações.
9º – A percepção da sensibilidade protetora está ausente se duas respostas forem incorretas das três aplicações.
O acompanhamento deste tipo de paciente deve ocorrer conforme plano terapêutico a ser desenvolvido pela equipe multiprofissional da AB, onde deve constar a frequência da reavaliação do caso para garantir a equidade na assistência prestada ao usuário (integralidade), e acompanha-lo como um todo, em suas necessidades humanas básicas e de seus cuidadores 5. Além de garantir o acesso à coordenação do cuidado para todos os pacientes portadores de DM além da presença de diagnóstico de PD, e independente do uso do estesiômetro pela equipe multidisciplinar da AB.
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