Qual o tratamento farmacológico da insônia no idoso?

| 29 novembro 2022 | ID: sofs-45171
Solicitante:
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As medicações mais comumente utilizadas são  benzodiazepínicos (BZ), antidepressivos, agonista dos receptores benzodiazepínicos (BZRA), anti-histamínicos e antipsicóticos. Os BZ mais utilizados são alprazolam, bromazepam, clonazepam e diazepam. Na RENAME, 2022, estão disponíveis o diazepan 2mg e 5 mg sulcado,  dose de 5 a 10 mg; e o clonazepam comprimidos de 0,5 mg e 2 mg/ml e dose inicial de 0,5 mg, não ultrapassar 1,5 mg/dia. Os BZRA  são indicados para tratamento de curta duração.  São hemitartarato de zolpidem, comprimido  de 5 e 10 mg, dose para idoso 5 mg; e zopiclona,  dose inicial  é de 3,75 mg para idosos.

Contudo, as evidências sobre a eficácia e tolerabilidade dessas medicações variam e devem ser avaliadas no momento da prescrição sobretudo na população idosa. Os anti-histamínicos sedativos e antidepressivos são as vezes utilizados para tratar insônia; entretanto falta evidência da eficácia destas medicações no tratamento da insônia primária.


A escolha do medicamento deve ser baseada em diferentes fatores, como tipo de insônia, idade, comorbidades e possíveis efeitos colaterais. Se a escolha for um BZRA ou um BZ de ação curta  ou um antidepressivo sedativo, o uso deve ser a curto prazo (≤4 semanas) e, em seguida, procede à redução gradual sob monitoramento clínico. Estudos recentes, 2021, demonstraram que para o idoso a medicação de primeira escolha deve ser a melatonina. Essas revisões apontaram a eficácia da melatonina de liberação prolongada 1 a 6 mg em indivíduos com mais de 55 anos, quando os níveis de melatonina começam a diminuir. Também se verificou que os efeitos colaterais são leves, e não levam a dependência mesmo em doses elevadas, sendo, portanto, segura para tratamento de pacientes idosos que sofrem de distúrbios do sono.

É indiscutível que BZ e medicamentos BZRA têm o potencial de tolerância e dependência. No entanto, existem poucos dados disponíveis sobre o número de pacientes que se tornarão dependentes ao tomar BZ ou BZRA por um determinado período. Em metanálise (2017) se mostrou que substâncias com meias-vidas curtas induzem dependência mais rapidamente. Além disso, os efeitos cognitivos agudos dos BZRA têm efeitos negativos significativos no desempenho cognitivo do dia seguinte. Outros efeitos, relacionados a este grupo farmacológico, demonstrou maior risco de fratura de quadril e traumatismo cranioencefálico, relação significativa entre o uso e as tentativas de suicídio, bem como os suicídios consumados. BZ tem como efeitos colaterais: sedação residual durante o dia, comprometimento da memória sobretudo em idosos, quedas (frequentes em idosos), depressão da ventilação, insônia rebote na descontinuação da medicação, abuso da medicação, desenvolvimento de tolerância e dependência.

Em termos de efeitos cognitivos após a retirada do uso prolongado de BZ, se mostrou que os efeitos negativos podem durar até 6 meses. À luz das evidências, se concluem que os efeitos colaterais indesejados superaram os benefícios do uso de BZ/BZRA em idosos >60 anos.

A Terapia Cognitiva Comportamental para Insônia (TCC-I) deve ser a primeira opção, de acordo com a disponibilidade, para a insônia crônica. Enquanto para as formas agudas, transitórias, o tratamento farmacológico continua sendo a abordagem de primeira linha.  Esta terapia, geralmente, consiste em psico-educação/higiene do sono, treinamento de relaxamento, terapia de controle de estímulos, terapia de restrição do sono e terapia cognitiva A TCC-I, apesar de ser o tratamento de primeira linha para a insônia, não está facilmente disponível e a implementação generalizada é um grande desafio para o futuro.

Os efeitos colaterais da TCC-I ainda não foram completamente investigados. Entretanto, se enfatizou que a restrição do sono, como um componente da TCC-I, leva a aumentos transitórios na sonolência e fadiga e vigilância objetivamente prejudicada.
A insônia é o problema do sono mais comumente relatado em países industrializados em todo o mundo, estando presente em cerca de 36,8% da população em geral. No Brasil, a taxa é superior a 30% na população geral.

Embora a insônia possa ser um distúrbio independente, ela é mais frequentemente observada como uma condição com comorbidade e pode precipitar, exacerbar ou prolongar uma ampla gama destas condições, incluindo doenças físicas e mentais.

Fatores circadianos são importantes em subgrupos de indivíduos, por exemplo, em pacientes idosos com despertar precoce, em que um reequilíbrio no ciclo vigília/sono pode desempenhar um papel importante.

O tratamento da insônia, principalmente no grupo de 55 e mais anos de idade, é ainda um desafio com recomendações de estudos das terapias e dos medicamentos.

Bibliografia Selecionada:

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