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Se não houver resposta as medidas não farmacológicas para manejo do paciente portador de insônia primária pode-se recorrer ao uso de medicamentos. O tratamento farmacológico da insônia deve melhorar a quantidade e qualidade do sono, melhorar a concentração durante o dia e causar mínimos efeitos adversos1. As medicações mais comumente utilizadas são não-benzodiazepínicos agonista dos receptores benzodiazepínicos, benzodiazepínicos, antidepressivos, anti-histamínicos, antipsicóticos e fitoterápicos. Contudo , as evidências sobre a eficácia e tolerabilidade dessas medicações variam e devem ser avaliadas no momento da prescrição sobretudo na população idosa
Os novos medicamentos não-benzodiazepínicos agonista receptor benzodiazepínico (Zolpidem, Zaleplon e Zopiclona) são seguros para uso a longo prazo e são preferidos aos benzodiazepínicos tradicionais pois tem baixo risco de efeitos adversos, pouca sedação residual no dia seguinte e baixo potencial de dependência.
Benzodiazepínicos são raramente recomendados para o tratamento da insônia2. Esta classe de medicação tem como efeitos colaterais: sedação residual durante o dia, comprometimento da memória sobretudo em idosos, quedas (frequentes em idosos), depressão da ventilação, insônia rebote na descontinuação da medicação, abuso da medicação, desenvolvimento de tolerância e dependência. Os anti-histamínicos sedativos e antidepressivos são as vezes utilizados para tratar insônia; entretanto falta evidência da eficácia destas medicações no tratamento da insônia primária2.
Estudos experimentais mostram eficácia do extrato de camomila, kava kava, passiflora e valeriana na insônia, contudo faltam estudos robustos comprovando o benefício1,4.
Em idosos alguns princípios básicos norteiam a farmacoterapia racional da insônia3:
• Na insônia de curta-duração, deve-se prescrever medicações por curto período de tempo, isto é, uso regular por não mais do que três a quatro semanas;
• Deve-se prescrever, sempre que possível, um único fármaco para reduzir os custos e o risco de interação medicamentosa e na menor dose efetiva;
• Em idosos, deve-se iniciar o tratamento com doses menores do que as utilizadas habitualmente em adultos jovens e evitar medicações com meia vida longa;
• Deve-se descontinuar a medicação de forma gradual;
• Deve-se utilizar, sempre que possível, agentes com meia-vida de eliminação mais curta(para diminuir a sedação diurna).
Principalmente na população idosa é importante atenção a polifarmácia, pelo risco de interação medicamentosa, toxicidade e reações adversas. É frequente o idoso ter várias receitas médicas de diferentes profissionais e ainda fazer uso de automedicação. O médico de família como coordenador do cuidado deve, no acompanhamento longitudinal, identificar as medicações em uso pelo idoso e quando possível realizar suspenção ou redução de dose de medicamentos.
A atividade física melhora o sono tão efetivamente quanto benzodiazepínicos em alguns estudos, além de trazer outros benefícios para saúde. A atividade física regular, terapia cognitivo comportamental e terapia de relaxamento são tratamentos não farmacológico efetivos no manejo da insônia1 (grau de evidência A).
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