O tratamento da tromboflebite superficial é feito com:
•anti-inflamatórios por 7 a 10 dias;
•elevação dos membros inferiores;
•manter-se ativo (encorajar o paciente a caminhar; o repouso absoluto é contraindicado);
•meias elásticas compressivas (após descartada lesão arterial);
•anticoagulação de curta duração nos pacientes com alto risco para trombose venosa profunda (TVP).
A tromboflebite superficial pode evoluir para TVP, principalmente nos 3 meses seguintes ao quadro inicial. Além disso, uma proporção significativa dos pacientes pode ter TVP concomitante ao quadro de tromboflebite. São considerados sinais de alto risco para TVP:
•localização: há pelo menos 5 cm das junções superficiais e profundas (junção safeno-femoral, no terço médio da coxa ou acima; ou junção safeno-poplítea, no terço proximal da perna);
•tamanho: segmento afetado maior ou igual a 5 cm de extensão.
Há outros fatores associados a maior risco de TVP nos pacientes com tromboflebite superficial, como: idade acima de 60 anos, sexo masculino, tromboflebite superficial bilateral, infecção sistêmica e ausência de veias varicosas. Além disso, avaliar os fatores de risco usuais para TVP, como imobilização, cirurgias, trombofilia, malignidade, gravidez, uso de estrógenos.
Nos casos com alto risco para TVP deve-se descartar TVP por meio de ecodoppler venoso de membros inferiores. Quando não houver disponibilidade desse exame na atenção primária, encaminhar o paciente para emergência.
Após ter descartado o diagnóstico de TVP, os pacientes com tromboflebite superficial e alto risco para TVP têm indicação de anticoagulação de curta duração. No entanto, o tipo de agente utilizado, a dose e a duração ainda não são bem estabelecidos. Podem ser utilizados antagonistas da vitamina K (varfarina) ou os novos anticoagulantes diretos (rivaroxabana 10mg/dia), ambos por 45 dias. Essa anticoagulação de curta duração diminui a progressão do trombo, a recorrência e o risco de TVP. Para ver como iniciar anticoagulação com varfarina, clique aqui.
Pacientes com tromboflebite superficial e TVP concomitante devem ser tratados para TVP, com anticoagulação mais prolongada.
O prognóstico da tromboflebite é bom, havendo resolução do quadro inflamatório em até 6 semanas; a veia trombosada pode ficar palpável ou endurecida por alguns meses. Há chance de recorrência. A recorrência da tromflofebite numa veia previamente tratada conservadoramente pode necessitar de tratamento cirúrgico, para evitar nova recorrência.
Não há indicação de antibioticoterapia nos casos não complicados, somente se presença de sinais de infecção (febre alta, drenagem purulenta). Não é necessário anticoagular pacientes com tromboflebite submetidos à ablação com radiofrequência ou laser ou com tromboflebite associada ao uso de cateteres endovenosos.