O tempo de permanência na mama para aleitamento materno não deve ser fixado, uma vez que o tempo necessário para esvaziar uma mama varia para cada dupla mãe/bebê, além de sofrer influência da fome da criança, do intervalo transcorrido desde a última mamada e do volume de leite armazenado na mama, entre outros1. O mais importante é que a mãe dê tempo suficiente à criança para esvaziar adequadamente a mama, possibilitando que receba o leite do final da mamada, que é mais calórico e promove sua saciedade, maior espaçamento entre as mamadas, ganho de peso adequado do bebê e manutenção da produção de leite suficiente para atender às suas demandas1.
Portanto, recomenda-se amamentação em livre demanda, de maneira que a criança seja amamentada sem restrições de horários e de tempo de permanência na mama1. Nos primeiros meses, é normal que a criança mame com frequência (em geral, um bebê em aleitamento materno exclusivo mama de 8 a 12 vezes ao dia, pelo menos de 10 a 15 minutos em cada mama2) e sem horários regulares. Muitas mães, principalmente as que estão inseguras ou com baixa autoestima, costumam interpretar esse comportamento normal como sinal de fome do bebê, leite fraco ou pouco leite, o que pode resultar na introdução precoce e desnecessária de suplementos1.
Os profissionais de saúde devem estar atentos para oferecer orientações adequadas de maneira a promover a manutenção do aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade. Na Atenção Primária/Básica soma-se a essa recomendação a responsabilidade de acompanhar o crescimento e o desenvolvimento infantil ao longo do tempo, buscando promover a integralidade da atenção às crianças assistidas.