Os repelentes indicados para crianças de 6 meses até 2 anos de idade são aqueles à base de IR3535.
Embora o FDA (Food and Drug Administration – EUA) indique evitarem-se repelentes apenas antes dos 2 meses, as recomendações oficiais da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Brasil) restringem o uso para crianças acima de 6 meses de idade.(1)
Produtos à base de DEET (N-dimetil-meta-toluamida ou N,N-dietil-3-metilbenzamida) não devem ser usados em crianças menores de 2 anos. Em crianças entre 2 e 12 anos, a concentração deve ser no máximo 10% e a aplicação deve se restringir a 3 vezes por dia. Concentrações superiores a 10% são permitidas para maiores de 12 anos.(2)
Repelentes com outros princípios ativos como icaridina e óleo de citronela também podem ser usados em crianças acima de 2 anos.(3)
Destacam-se como medidas preventivas:(1)
● A medida mais importante para prevenir a infecção por Zika e outras doenças relacionadas (ou seja, dengue e chikungunya) é evitar picadas de mosquitos.
● Nas áreas onde ocorreram surtos, os indivíduos devem evitar picadas de mosquitos vestindo camisas e calças de manga comprida, permanecendo dentro de casa quando possível, uso de cortinados ou telas finas em áreas onde o ar condicionado não está disponível, e por fim o uso de repelentes de insetos.
O quadro abaixo resume alguns dos produtos disponíveis no mercado brasileiro. Resumidamente indica-se o uso do IR3535 para crianças acima de 6 meses e do DEET, Icaridina e óleo de citronela para crianças acima de 2 anos.
QUADRO 1: Características dos repelentes.
Atributos da APS
Integralidade do cuidado: A primeira escolha de um produto que envolve a saúde, desde um medicamento, até mesmo um repelente, pode não ser a melhor escolha para uma determinada pessoa. Por isso o conceito de clínica centrada na pessoa deve ser incorporado à prática das equipes de APS (Atenção primária à saúde). Características individuais devem ser analisadas sempre.
1. Truven Health Analytics. Micromedex Solutions. Zika vírus: Medical management. Respostas rápidas [Internet]. 2018 [Citado 2018 Ago 03]. Disponível em: http://psbe.ufrn.br/index.php?option=com_content&view=article&id=36&Itemid=248
2. Breisch NL. Prevention of arthropod and insect bites: repellents and other measures UpToDate [internet], 2016 [citado em 2018 Ago 001]. Disponível em: http://www.uptodate.com/contents/prevention-of-arthropod-and-insect-bites-repellents-and-other-measures
3. Stefani GP, Pastorino AC, Castro APBM, Fomin ABF, Jacob CMA. Repelentes de insetos: recomendações para uso em crianças. Rev. paul. pediatr. [Internet]. 2009 Mar [citado 2018 Fev 15] ; 27(1):81-89. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-05822009000100013&lng=pt
4. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Produtos saneantes para o combate ao Aedes aegypti [Internet]. [Citado em 2018 Fev 07]. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/produtos-aedes
5. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Protocolo de vigilância e resposta à ocorrência de microcefalia relacionada à infecção pelo vírus Zika. Brasília; 2015:55p. Disponível em: http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2015/dezembro/09/Microcefalia—Protocolo-de-vigil–ncia-e-resposta—vers–o-1—-09dez2015-8h.pdf