Qual o protocolo para o tratamento da halitose?

| 30 novembro 2021 | ID: sofs-44452
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: , ,

Independentemente do tipo de halitose diagnosticada, é primordial conscientizar e orientar o paciente sobre uma correta higienização diária dos dentes e da língua (escovação, uso de fio dental e uso do limpador de língua), a fim de eliminar e evitar continuamente qualquer acúmulo do biofilme intrabucal, o que já contribui para parte do sucesso do tratamento(1-3).

Caso o paciente apresente patologias bucais, o dentista precisa realizar tratamentos odontológicos. Faz-se necessário tratar doença periodontal, realizar restaurações diretas e indiretas, extrações e tratamento endodôntico(1-3). O paciente deve ser conscientizado de sua condição e motivá-lo a melhorar sua saúde bucal(1).
Após a realização dos tratamentos odontológicos necessários, se a halitose persistir, o dentista deverá encaminhar o paciente para equipe multidisciplinar, como médico, nutricionista, otorrinolaringologista, gastroenterologista ou psicólogo(1-3).


A halitose é uma alteração do hálito, podendo acontecer em todas as idades, nos mais variados graus de complexidade. Apresenta etiologia multifatorial, necessitando de diagnóstico preciso e elaboração do plano de tratamento multidisciplinar capaz de promover a melhoria das relações biopsicossociais em pacientes com mau hálito. É necessário desmistificar o assunto junto à sociedade esclarecendo que a halitose tem cura e que a cooperação do paciente é fundamental para o sucesso do tratamento(4).

Existem muitas causas da halitose e a maioria delas está relacionada com a cavidade oral, outras estão relacionadas com doenças otorrinolaringológicas e respiratórias. Doenças gastrointestinais, alterações das funções renais e hepáticas e outras síndromes metabólicas são causas menos frequentes, porém importantes de halitose(5).

Para o tratamento da halitose, o dentista precisa diagnosticar o tipo de halitose e sua causa, considerando que 80% a 90% dos fatores etiológicos da halitose encontram-se na cavidade bucal. A halitose é considerada uma condição multifatorial e multidisciplinar, e requer avaliações e tratamentos multidisciplinares e comunicação entre os profissionais das diversas áreas da saúde. Em todos os casos o acompanhamento pelo dentista é imprescindível(1).

Recomendações para o tratamento da halitose sob as condições encontradas na prática da clínica geral – Tratamento necessário (TN):(3,6)

TN1 – Esclarecimentos sobre a halitose e orientações para higiene oral, incluindo limpeza da língua e utilização de meios complementares, como o colutório.

TN2 – Profilaxia profissional e tratamento de condições patológicas orais, se presentes (periodontite).

TN3 – Encaminhamento para um médico, especialista ou grupo multidisciplinar.

TN4 – Esclarecimento dos dados do exame, orientação profissional, educação e reforço.

TN5 – Encaminhamento ao psicólogo, psiquiatra ou outro especialista da psicologia.

O dentista é o profissional que mais tem familiaridade com a boca, portanto é importante que ele seja o primeiro profissional a avaliar pacientes com halitose, a fim de tratar causas de fatores locais, se existentes(2,4). O sucesso do tratamento da halitose depende da multidisciplinaridade do atendimento, capacidade investigativa do examinador, adequado diagnóstico e habilidade do profissional em motivar o paciente às mudanças de hábitos(4).

Bibliografia Selecionada:

1. Ruiz DR, Cunha FA, Bussadori SK. Halitose. Conscientiae Saúde. 2007;6(2):249-254. Disponível em: https://periodicos.uninove.br/saude/article/view/1077/883

2. Borges HFC, Santiago LFP, Santos KSS, Silva TFN, Mendonça ICG, Moura M. Halitose: uma condição multifatorial que tem tratamento. Revista Eletrônica Acervo Saúde. 2019;18:e82. Disponível em: https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/view/82/40

3. Yaegaki K, Coil JM. Examination, classification, and treatment of halitosis; clinical perspectives. J Can Dent Assoc. 2000 May;66(5):257-61. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/10833869/

4. Carvalho MF, Rodrigues PA, Chaves MGAM. Halitose: revisão literária. HU Revista, Juiz de Fora. 2008;34(4):273-279. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/hurevista/article/view/102/181

5. Dal Rio ACC, Nicola EMD, Teixeira ARF. Halitose: proposta de um protocolo de avaliação. Rev. Bras. Otorrinolaringol. 2007;73(6):835-842. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rboto/a/G3hKswtxGkHfgGgzT7WYssK/?lang=pt

6. Nakao E, Melani RFH, Schwartzkopf CT. Halitose e doença periodontal. Odontoprev. Disponível em: https://conexao.odontoprev.com.br/halitose-e-doenca-periodontal/