(SOF Arquivada) Qual o produto mais indicado para desbridamento em áreas de necrose em úlceras de pressão?

| 17 julho 2009 | ID: sofs-1177
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: , ,
Graus da Evidência: , ,

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Existem no mercado vários produtos disponíveis para realização de debridamento em úlceras de pressão com necrose. O produto com Grau de Evidência Cientifica A, é a Colagenase. Porém os estudos apontam também outros produtos.
COLAGENASE: é uma das enzimas utilizadas no desbridamento químico, (Grau de Evidência A). Ela decompõe as fibras de colágeno natural que constituem o fundo da lesão, por meio das quais os detritos permanecem aderidos aos tecidos. A eficácia demonstrada pela colagenase no desbridamento pode ser explicada por sua exclusiva capacidade de digerir as fibras de colágeno natural, as quais estão envolvidas na retenção de tecidos necrosados. Alguns autores citam que, além do caráter enzimático, a colagenase demonstra uma ação excitadora para o tecido de granulação, com aceleração do seu crescimento e enchimento do vazio da lesão, bem como sua epitelização. O ensaio clínico desta enzima demonstra ainda que está indicada exclusivamente nas feridas com tecido necrótico.
HIDROGEL deve ser utilizado em úlceras pouco exsudativas, com tecido necrótico (realiza desbridamento autolitico na lesão) (Grau de Evidência Cientifica B), suas características são o alto conteúdo em água ou glicerina, pouco aderente ao leito ulceroso, tem ação analgésica, faz preenchimento de cavidades, favorece a epitelização e o desbridamento autolitico.
Advertências: risco de maceração da pele circundante, não protege da contaminação/infecção, há necessidade de revestimento secundário, ou seja, um curativo com gaze se o produto for em forma gel (higrogel), adere ao leito se substituído tardiamente.
Aplicação: o curativo com hidrogel deve ser substituído a cada 24-72 horas.
HIDROCOLÓIDE deve ser utilizado em úlceras ligeira-moderadamente exsudativas (Grau de Evidência C), com tecido necrótico (desbridamento autolítico) é composto de carboximetilcelulose, gelatina ou pectina, impermeáveis ao vapor de água, bactérias e ao oxigênio (ambiente hipóxico que favorece a proliferação fibroblástica e angiogénese, e inibe a proliferação bacteriana). A formação de um composto gelificado tem efeito analgésico e reduz a aderência à úlcera, diminuindo o traumatismo epitelial associado à sua remoção.
Advertências: Não devem ser usados em úlceras altamente exsudativas, infectadas, cavitadas, com trajectos fistulosos ou quando exista exposição de tendões ou músculos. O resíduo do revestimento pode simular exsudado infectado, devendo ser limpo após cada aplicação.
Aplicação: longa duração com necessidade de substituição de curativo á cada 2-7 dias. Substituição mais precoce no caso de fugas evidentes pelos bordos.


Bibliografia Selecionada:

  1. Arnold MC. Pressure ulcer prevention and management: the current evidence for care. AACN Clin Issues. 2003 Nov;14(4):411-28.
  2. Ferreira SRS, Périco LAD. Assistência de enfermagem à pacientes com feridas em serviços de atenção primária à saúde. Mom. & Perspec. Saúde. 2002 Jan-Jun;15(1):39-52. Disponível em: http://www2.ghc.com.br/GepNet/feridas.pdf. Acesso em: 06 maio 2015
  3. Kanj LF, Wilking SV, Phillips TJ. Pressure ulcers. J Am Acad Dermatol. 1998 Apr;38(4):517-36; quiz 537-8. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0190962298701136. Acesso em: 06 maio 2015