A alteração que teve segundo American College of Obstetricians and gynecologists and the Society for Maternal-Fetal (2013) é que a gestação a termo não é considerada a partir de 38 semanas, mas sim a partir de 39 semanas (8). Em relação ao tempo limite do período de gestação não foi encontrado mudanças recentes nas bibliografias pesquisadas (1).
Gestação a termo inicial (early term) 37 semanas até 38 semanas e 6 dias
Gestação a termo (full term) 39 semanas até 40 semanas e 6 dias
Gestação a termo tardio (late term) 41 semanas até 41 semanas e 6 dias
Gestação pós-termo (post term) 42 semanas ou mais
Segundo o manual do Ministério da Saúde, quando o parto não ocorre até a 41º semana, é necessário encaminhar a gestante para a avaliação do bem-estar fetal, incluindo avaliação do índice do líquido amniótico e monitoramento cardíaco fetal (2). No qual a gestante será avaliada com provas de vitalidade fetal e tomada conduta de promoção do nascimento (3). Estudos clínicos randomizados demonstram que a conduta de induzir o trabalho de parto em todas as gestantes com 41 semanas de gravidez é preferível à avaliação seriada do bem-estar fetal, pois se observou menor risco de morte neonatal e perinatal e menor chance de cesariana no grupo submetido à indução do parto com 41 semanas (2).
A taxa de mortalidade perinatal (óbitos fetais mais as mortes neonatais precoces) em gestações de 42 semanas é duas vezes maior que nas gestações a termo (4–7 mortes contra 2–3 mortes por 1.000 partos) e dobra após 43 semanas (4).
A indução do parto deve ser realizada a partir de 41 semanas de gestação, após concordância da mulher. Em gestantes que recusam submeter-se a indução, na conduta deverá ser avaliado o bem-estar fetal. A frequência de vigilância deve ser duas vezes por semana. O parto deve ser realizado se houver oligodrâmnio, presença de mecônio a amnioscopia ou evidências de comprometimento fetal (4).
Na gestação prolongada também conhecida como pós-datismo, a preocupação de relevância consiste no diagnóstico da insuficiência placentária que se deve ao progressivo envelhecimento do órgão. Embora se reconheça que os prejuízos maternos e fetais ocorram após 42 semanas, vários estudos têm proposto a intervenção da gestação entre 41 e 42 semanas, seja por indicação do parto monitorado ou cesariana (5).
Conforme os protocolos do ministério da saúde para gestantes o período limite da gestação se mantêm o mesmo, sem nenhuma alteração recente.
Complementação
O objetivo do acompanhamento pré-natal é assegurar o desenvolvimento da gestação, permitindo o parto de um recém-nascido saudável, sem impacto para a saúde materna, inclusive abordando aspectos psicossociais e as atividades educativas e preventivas (2).
Talvez o principal indicador do prognóstico ao nascimento seja o acesso à assistência pré-natal (grau de recomendação B). Os cuidados assistenciais no primeiro trimestre são utilizados como um indicador maior da qualidade dos cuidados maternos (grau de recomendação B) (2).
O início precoce do pré-natal com a determinação da IG diminui o risco de pós-datismo (3).
O diagnóstico de certeza somente pode ser feito com o estabelecimento precoce da idade gestacional. O exame ultrassonográfico (USG) no início da gestação, idealmente entre 9 e 12 semanas, e o método mais fidedigno para avaliação da idade gestacional, principalmente em gestantes com dúvidas sobre a data da ultima menstruação (4).
O exame realizado no segundo trimestre não é tão preciso, mas tem validade se há uma diferença maior que 10 dias entre a estimativa dessa USG e a data da última menstruação. Nesse caso deve-se ajustar a idade gestacional pela USG (3).
A definição da idade gestacional deve ser a mais acurada possível.
Mulheres com gestações não complicadas devem ser encaminhadas para avaliação de indução do parto a partir da 41ª semana de gestação (8)
Atributos APS:
A unidade básica de saúde (UBS) deve ser a porta de entrada preferencial da gestante no sistema de saúde. É o ponto de atenção estratégico para melhor acolher suas necessidades, proporcionando um acompanhamento longitudinal e continuado, principalmente durante a gravidez (2).
A gestação é um período da vida da mulher e da família em que há maior receptividade a novos conhecimentos, portanto, um período importante para se realizar educação em saúde. Programas educativos e preventivos com gestantes qualificam a sua saúde e são fundamentais para a introdução de hábitos saudáveis desde o início da vida de seus filhos. Sabe-se do papel fundamental da mãe nos padrões de comportamento apreendidos durante a primeira infância, dentre os quais se incluem os cuidados e hábitos em saúde bucal (grau de evidência D) (3).
Educação continuada:
Acesse: 10 Passos para o Pré-Natal de Qualidade na Atenção Básica (pág. 39)
É importante orientar a gestante a procurar a maternidade em caso de (8):