Apesar de haver consenso entre os especialistas de que a lavagem otológica com seringa é efetiva na remoção do tampão de cerúmen, não foram encontrados Ensaios Clínicos Randomizados (ECR) que comparassem lavagem otológica com o não tratamento (apenas observação clínica dos pacientes) ou com o uso de “amolecedores” de forma isolada. Ressalta-se que as complicações da lavagem com seringa incluem dor, lesão de pele no conduto externo com hemorragia, otite externa, perfuração timpânica e vertigem.
Não foram encontrados ECR e nem revisões sistemáticas que incluíssem outros métodos de remoção mecânica do cerúmen que não fosse a lavagem com seringa.
Duas revisões sistemáticas realizadas com ECR de baixa qualidade (Grau B) encontraram evidências inconclusivas a favor do uso de “amolecedores” de cerúmen antes da lavagem com uso de seringa.
Outras duas revisões sistemáticas de baixa qualidade (Grau B) também forneceram evidência inconclusiva do efeito do uso de “amolecedores” isoladamente no tratamento do cerúmen. Os revisores também não encontraram evidência consistente de que um tipo de “amolecedor” fosse superior a outro.
Tendo em vista a baixa qualidade metodológica dos estudos encontrados e a carência de estudos comparativos nesta área, adotaremos a recomendação proposta por especialistas (Grau D) em artigo publicado no BMJ no ano de 2002. Consiste na utilização de “amolecedores” de cerúmen por 5 dias, em virtude da baixa taxa de complicações com uso desses medicamentos, e após esse período, não havendo melhora, realiza-se lavagem otológica, procedimento este com maiores intercorrências.
SOF Relacionada:
A lavagem otológica pode ser realizada pela equipe de enfermagem?