História de febre reumática na infância determina alguma conduta específica no pré-natal?

| 24 outubro 2018 | ID: sofs-40912
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: , , ,

É fundamental o seguimento da gestante de alto risco com avaliações regulares e serviço de cardiologia, que irá avaliar o grau de comprometimento cardíaco e definir o tratamento. Cabe ao profissional da atenção básica, realizar a coordenação do cuidado e dar suporte às necessidades dessa gestante.


A doença reumática é a principal causa de cardiopatias em mulheres em idade fértil, é responsável por 80% das cardiopatias na gestação. A febre reumática pode causar desde deformidade em válvulas cardíacas (insuficiência ou estenose) até insuficiência cardíaca congestiva. No Brasil, a incidência de cardiopatia na gestação é de 4,2%.(1)
Na gravidez ocorre aumento do volume do sangue circulante, diminuição da resistência vascular periférica e diminuição da pressão sanguínea. Por volta da 24ª semana de gestação essas alterações hemodinâmicas estão no auge, promovendo como resposta adaptativa aumento das câmaras cardíacas e aumento do volume sistólico.
O comprometimento de maior frequência da cardiopatia reumática é a estenose mitral, inicialmente assintomática, sendo que ao redor da 24ª semana de gestação pode desencadear hipertensão veno-capilar pulmonar e edema pulmonar. O risco materno e fetal está relacionado com a severidade da lesão valvar, classe funcional, função ventricular esquerda e pressão na artéria pulmonar. Os riscos são maiores nas lesões valvares com estenose.(2,3)

Bibliografia Selecionada:

1. Meneguim S, Xavier CL, Santana DG. Qualidade de vida de cardiopatas durante a gestação e após o parto. Acta Paul Enferm. 2016; 29(2):232-8. Disponível em: http://www.redalyc.org/html/3070/307046625015/
2. Galvão ALC, Grezzana GB. Doença cardíaca reumática crônica na gravidez. Revista da Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul. 2005; XIV(5):4p. Disponível em: http://sociedades.cardiol.br/sbc-rs/revista/2005/05/Artigo05.pdf
3. Pinheiro F. Ecocardiograma na cardiopatia e gravidez. Revista da Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul, 2005; XIV(5):4p. Disponível em: http://sociedades.cardiol.br/sbc-rs/revista/2005/05/Artigo03.pdf