Qual é o tratamento para doença mão-pé-boca?

| 28 junho 2019 | ID: sofs-42480
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH:

O manejo da doença mão-pé-boca é feito com medidas de suporte e medidas para controle da infecção. Não há terapia específica para a doença.


Medidas de suporte

•Analgésicos, como paracetamol, e anti-inflamatórios, como ibuprofeno, para o alívio da dor e do desconforto causado pela febre e pelas lesões orais.

•O uso de medicamentos tópicos orais contendo lidocaína e demais agentes anestésicos é desaconselhado devido à falta de evidência de benefício, ao risco de toxicidade sistêmica e reação alérgica e à dificuldade de aplicação em crianças pequenas.

•Boa ingesta hídrica. Crianças com incapacidade de manter a hidratação adequada através da ingestão de líquidos devem ser hospitalizadas.

Medidas para controle da infecção

•Estimular a lavagem das mãos dos pacientes, várias vezes ao dia, especialmente antes da alimentação, após contato com as lesões e após o uso do banheiro.

•Orientar os cuidadores a também adquirirem o hábito da lavagem frequente das mãos, especialmente após as trocas das fraldas de crianças infectadas, antes do preparo dos alimentos e antes de alimentá-las.

•Evitar, na medida do possível, o contato muito próximo com o paciente (como abraçar e beijar).

•Cobrir a boca e o nariz ao espirrar ou tossir.

•Manter um nível adequado de higienização da casa, das creches e das escolas.

•Evitar o compartilhamento de itens pessoais como colheres, copos e demais utensílios, lembrando sempre de lavá-los adequadamente com água e detergente após o uso.

•Lavar superfícies, objetos e brinquedos que possam entrar em contato com secreções e fezes dos indivíduos doentes com água e sabão e, após, desinfetar com solução de água sanitária diluída em água pura (1 colher de sopa de água sanitária diluída em 4 copos de água limpa).

•Descartar adequadamente as fraldas e os lenços de limpeza em latas de lixo fechadas.

•Crianças febris, indispostas, com vesículas rompidas ou com sialorreia devem ser afastadas da creche ou escola até a melhora clínica.

•Pacientes hospitalizados devem ser submetidos a isolamento de contato.

O afastamento da criança da creche e da escola não é capaz de evitar por completo a disseminação da doença. O contágio é maior na primeira semana da doença. No entanto, a transmissão do vírus pode ocorrer em crianças assintomáticas e durante várias semanas após a resolução dos sintomas.

Bibliografia Selecionada:

1. Centers for Disease Control and Prevention; National Center for Immunization and Respiratory Diseases. Hand, Foot, and Mouth Disease (HFMD). Atlanta: CDC, 2017. Disponível em: https://www.cdc.gov/hand-foot-mouth/index.html

2. Dynamed Plus. Record n. 116931, Hand-foot-and-mouth disease [Internet]. Ipswich (MA): EBSCO Information Services, 2018 [citado em 2018 Abr 20]. Disponível em: http://www.dynamed.com/topics/dmp~AN~T116931/Hand-foot-and-mouth-disease

3. Romero JR. Hand, foot, and mouth disease and herpangina [Internet]. Waltham (MA): UpToDate, 2018. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/hand-foot-and-mouth-disease-and-herpangina

4. World Health Organization. Hand, foot and mouth disease [Internet]. Manila: WHO Western Pacific Region; 2012. Disponível em: http://www.wpro.who.int/mediacentre/factsheets/fs_10072012_HFMD/en/

5. World Health Organization. WHO Western Pacific Region. A guide to clinical management and public health response for hand, foot and mouth disease (HFMD) [Internet]. Geneva: WHO; 2011:71p. Disponível em: http://www.wpro.who.int/publications/docs/GuidancefortheclinicalmanagementofHFMD.pdf