O tratamento medicamentoso da hipertensão arterial sistêmica tem como objetivo a prevenção de doença cardiovascular e renal. A escolha da medicação anti-hipertensiva deve ser determinada por sua capacidade de prevenir desfechos clínicos, pelas características epidemiológicas e clínicas dos pacientes, além da comodidade posológica e custo. Seguindo esses critérios, os Sumários Clínicos do Serviço de Saúde Britânico (Clinical Knowledge Summaries – CKS/NHS) recomendam, como primeiro passo, considerar as comorbidades dos pacientes ao escolher a medicação.
- Na presença de disfunção ventricular esquerda ou de infarto do miocárdio prévio, o uso de um fármaco que atue no sistema renina-angiotensina-aldosterona (inibidor da ECA ou antagonista do receptor da angiotensina II se o primeiro não for tolerado) associado a um beta-bloqueador é apropriado.
- Em indivíduos com angina, o uso de beta-bloqueador para controle da pressão arterial e da angina está indicado.
- Pacientes com lesão renal, demonstrada por aumento da creatinina sérica, diminuição da taxa de filtração glomerular e/ou com microalbuminúiria ou proteínúria, beneficiam-se do uso de fármaco que atue no sistema renina-angiotensina-aldosterona (inibidor da ECA ou antagonista do receptor da angiotensina II se o primeiro não for tolerado). Na ausência dessas comorbidades, o CKS/NHS baseia a escolha do anti-hipertensivo em critérios epidemiológicos, na chamada abordagem “ACD” em que: