Pacientes com Doença Arterial Coronariana (DAC) que param de fumar têm substancial redução do risco relativo para mortalidade geral, da ordem de 36% (RR de 0.64 – 95% IC 0.58 to 0.71).
Uma revisão (1) mostrou que pessoas que param de fumar após o diagnóstico de DAC ou após revascularização tem uma substancial redução do risco de morte por todas as causas. Entretanto, a grande maioria dos estudos foi realizada em países de cultura ocidental, exceto dois (realizados na Polônia e Índia). O número de mulheres foi relativamente bastante menor, sendo que 6 dos trabalhos incluíram apenas homens. A média de idade dos participantes foi de aproximadamente 55 anos, ligeiramente menor que a média da população com DAC. A maioria dos estudos foi desenvolvida no ambiente hospitalar, em grande parcela pacientes pós-infarto do miocárdio, havendo poucos estudos desse tipo na população em geral. Isto relativiza sua validade para a nossa realidade. A maior parte dos dependentes de nicotina podem ser tratados na Atenção Primária (APS), sendo o cenário mais adequado e acessível para um acompanhamento contínuo em longo prazo. Isto exige dos profissionais da APS competências clínicas para abordar esse tipo de problemas de saúde. Implica em investimento dos gestores de saúde em promover tal capacitação.