Não foram encontradas evidências que sustentem ou refutem o uso de exame visual como método de rastreamento para pessoas com câncer de boca na população geral. Apenas um ensaio clínico controlado randomizado foi incluído na revisão e os métodos do estudo incluído apresentam problemas.
Não houve trabalhos com qualidade metodológica para afirmar que uma política nacional para o exame de câncer de boca deva ser desenvolvida com vistas a diminuir a taxa de incidência de câncer de boca que no Brasil é de 7,4 para 100.000 entre homens. A redução de mortalidade encontrada não pode receber a confiança dos profissionais de saúde em função das limitações do delineamento não cegado para a lista de alocação da randomização. Diante deste contexto, é necessário ter em conta as desvantagens de instituir um programa de rastreamento de câncer de boca em Atenção Primária pelos riscos gerais de danos ao realizarem-se exames e procedimentos em populações basicamente sadias.