Qual a quantidade mínima e máxima de ecografias obstétricas durante a gestação? Há relação entre o número de ultrassonografias e prematuridade, malformações ou déficits cognitivos nas crianças?

| 11 março 2013 | ID: sofs-5398
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH:
Graus da Evidência:
Recorte Temático:

A ultrassonografia de rotina não melhora o prognóstico perinatal isoladamente em gestações de baixo risco e deve ser indicada apenas quando existem dúvidas quanto à data da última menstruação (DUM). Não há evidências apoiando sua indicação rotineira com o propósito de melhorar o prognóstico perinatal.
Não existem protocolos ou estudos que justifiquem a realização de um número máximo ou mínimo de ultrassonografia obstétrica (US). Uma revisão sistemática mostra que o uso da ultrassonografia precoce influencia alguns desfechos, como a detecção mais precoce de gestação múltipla e de malformações fetais. Porém, nenhum desfecho clinicamente significativo (morbidade ou mortalidade perinatal) se mostrou associado com o uso de rotina da ultrassonografia. Assim, o uso da ultrassonografia precoce de rotina na gestação não se justifica em nosso meio, pois não modifica nenhum desfecho clínico importante. Além disso, a detecção precoce de malformações fetais, sem suspeita clínica, tem utilidade limitada, pelo fato de a interrupção provocada da gestação não ser permitida. De um modo geral, portanto, a ultrassonografia com menos de 24 semanas deve ser solicitada apenas para as gestantes que tiverem indicações específicas.


SOF Relacionada:
Que exames devem ser solicitados no acompanhamento do pré-natal de baixo risco?

Bibliografia Selecionada:

  1. Neilson JP. Ultrasound for fetal assessment in early pregnancy (Cochrane Review). In: The Cochrane Library, Issue 2, 2007. Oxford: Update Software. Disponível em: http://cochrane.bvsalud.org/doc.php?db=reviews&id=CD007058 Acesso em:11 mar 2013.
  2. Amorim M.M.R., Melo A.S.O. Avaliação dos exames de rotina no pré-natal (Parte 1). Rev. Bras. Ginecol. Obstet. [online]. 2009, vol.31, n.3, pp. 148-155.Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbgo/v31n3/a08v31n3 Acesso em:11 mar 2013.
  3. Amorim M.M.R., Melo A.S.O. Avaliação dos exames de rotina no pré-natal (Parte 2). Rev. Bras. Ginecol. Obstet. [online]. 2009, vol.31, n.7, pp. 367-374. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbgo/v31n7/v31n7a08.pdf Acesso em:11 mar 2013.