Qual o melhor tratamento de paciente com episódio recorrente de aftas bucais?

| 24 agosto 2010 | ID: sofs-5074
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH:
Graus da Evidência:

A etiologia da estomatite aftosa recorrente (EAR) não é compreendida claramente e o tratamento das lesões visa, essencialmente, o alívio da dor, aceleração do processo de cura e impedir ou pelo menos reduzir a sua taxa de recorrência. Existe uma grande variedade de terapias tópicas e sistêmicas, mas até agora nenhum estudo mostrou evidência clara da eficácia de qualquer uma delas. (1) Quando as úlceras são pequenas, provocam pouca dor e são infrequentes, podendo se optar em deixá-las involuir espontaneamente, realizando apenas a observação das lesões. (2) A terapia tópica tem ação essencialmente sintomática e está indicada em casos pouco severos e para a abordagem inicial em casos mais severos, sendo utilizada como coadjuvante do tratamento sistêmico.
Ela tem a vantagem de possuir pouco efeito colateral e menor chance de interação medicamentosa. (3, 4)
As opções de medicamentos são:


Em caso de lesões graves e persistentes a terapia sistêmica está indicada. O tratamento mais utilizado é o uso de prednisona (corticóide). A terapia deve ser iniciada com 1mg/Kg/dia e diminuída após uma ou duas semanas. O uso de corticóide pode resultar em muitos efeitos colaterais, mas estudos têm demonstrado que a associação com azatioprina, em curto período de tempo, dose única pela manhã e alternância de dias, resulta em efeitos colaterais mínimos. Outras opções de medicações sistêmicas são o levamisol, talidomida, vitamina C, colchicina, pentoxifilina e dapsona. (1, 2, 3, 6) Para a seleção do tratamento a ser utilizado deve-se considerar a severidade das lesões (número, localização, tamanho e duração) e seus efeitos no paciente (grau de desconforto, incômodo durante a alimentação e influência na qualidade de vida). É importante destacar que se a EAR for severa e/ou freqüente, pode estar associada a uma alteração ou doença sistêmica, como anemia, deficiências nutricionais (por exemplo, ferro, ácido fólico, vitamina B12 e zinco), imunodepressão, doença inflamatória intestinal (Doença de Crohn), síndrome de Reiter e Behçet, AIDS, dentre outras. (1, 2, 3) Nesses casos o tratamento deve ser multiprofissional, sendo que caberá ao cirurgião-dentista realizar os cuidados com as alterações bucais e contribuir no diagnóstico precoce da doença. (3)

SOF Relacionada:

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Bibliografia Selecionada:

  1. Prolo Paolo, Domingo Demetrio L, Fedorowicz Zbys, Outhouse Trent L. Interventions for recurrent aphthous stomatitis (mouth ulcers) (Protocol for a Cochrane Review). In: The Cochrane Library, Issue 7, 2010. Disponível em:  http://cochrane.bvsalud.org/cochrane/show.phpdb=protocols&mfn=445&id=&lang=pt&dblang=&lib=COC&print=yes Acesso em 24 ago 2010.
  2. Macphail L. Topical and sistemic therapy for recurrent aphthous stomatitis. Seminars in Cutaneous Medicine and Surgery. 1997;16(4):301-307.
  3. Coelho K, Araújo CSA. Tratamento de ulcerações aftosas recorrentes: Uma revisão bibliográfica. Publ. UEPG Ci. Biol. Saúde. 2005;11:39-45. Disponível em:  http://www.revistas2.uepg.br/index.php/biologica/article/view/419/422 Acesso em 24 ago 2010.
  4. FRAIHA, Paula M.; BITTENCOURT, Patrícia G.; CELESTINO, Leandro R.. Estomatite aftosa recorrente: revisão bibliográfica. Rev. Bras. Otorrinolaringol.,  São Paulo ,  v. 68, n. 4, Aug.  2002 .   Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-72992002000400019&lng=en&nrm=iso Acesso em: 24 ago 2010.
  5. Saavedra JAP; Jiménez FNP. Estomatitis aftosa recurrente: actualización. Rev Cubana Estomatol [Internet]. 2005 [citado 2010 Mai 27];42(1). Disponível em: http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-75072005000100006&lng=pt&nrm=iso&tlng=es Acesso em 24 ago 2010.
  6. Guimarães GO, et al. Ulcerações aftosas recorrentes (UAR): revisão de literatura. Conscientiae Saúde. 2005;4:87-95. Disponível em:  http://www.uninove.br/PDFs/Publicacoes/conscientiae_saude/csaude_v4/cnsv4_3h11.pdf Acesso em 24 ago 2010.