O cimento cirúrgico é um material protetor aplicado sobre feridas criadas por procedimentos cirúrgicos periodontais (1). Ele tem a função de proteger a ferida após cirurgias periodontais, obter e manter uma íntima adaptação dos retalhos e osso adjacente, permitindo um tecido livre de injúrias adicionais durante a cicatrização, promover maior conforto e comodidade ao paciente no pós-operatório, evitar a formação de tecido de granulação em excesso e prevenir na fase inicial o sangramento pós-operatório, contudo não deve ser esperado que ele efetue o estancamento de uma hemorragia (2, 3).
Nos casos de gengivectomia, o cimento é indicado com a finalidade de proteger uma extensa superfície de tecido incisado dos irritantes bucais. Nas cirurgias a retalho são utilizados como estabilizadores dos retalhos mais do que como protetores das feridas (2).
Para os cuidados pós-operatórios cirúrgicos alguns autores (4) defendem que é preferível um retalho bem adaptado ao uso de cimentos cirúrgicos, mas indicam o seu uso quando o fechamento da ferida é inadequado e existem exposições de tecido conjuntivo ou ósseo, pois nestes casos, a cobertura da área é vantajosa.
Estudos clínicos recentes tem demonstrado não haver diferença no pós-operatório em relação à dor quando se utiliza clorexidina 0,2% (10 ml por 1 minuto duas vezes ao dia) ao invés do cimento cirúrgico. Os pacientes que recebem cobertura da ferida cirúrgica com cimento declaram ter maior dificuldade para se alimentar, mas, apesar disso, sentem-se mais confortáveis com a sua utilização, possuindo um sentimento de proteção e bem estar (2, 5, 6).