Crianças até três anos de idade que apresentam lesões de mancha branca são consideradas de alto risco para a doença cárie. Neste caso, o tratamento proposto é a escovação com dentifrício fluoretado, duas vezes ao dia, a investigação sobre o acesso à água fluoretada e a aplicação de produtos de uso profissional a cada três meses(1). Vale ressaltar que a utilização da quantidade de um grão de arroz cru e com a concentração de pelo menos 1.000 ppm de flúor para crianças até 3 anos(2). Além disso, é importante a realização de orientação da família quanto aos hábitos dietéticos, horários para alimentação, cuidados com a higiene bucal e ao próprio desenvolvimento da doença cárie, para que se entenda a mancha branca como a manifestação inicial da doença.
Com relação aos produtos de uso profissional, muitos protocolos com excelentes resultados têm sido propostos com o intuito de paralisar as lesões de mancha branca de cárie
O verniz fluoretado tem sido bastante utilizado nos programas de fluorterapia em clínicas de bebês devido a alguns fatores, como: boa aceitação pela maioria dos pacientes, maior segurança em termos de toxicidade aguda, pouco tempo de cadeira odontológica e baixo custo(7).
A aplicação do verniz fluoretado deve ser realizada de preferência logo após as refeições, já que é recomendado que os pacientes tenham alimentação leve e líquida após a aplicação. Orienta-se que o paciente não escove os dentes por 12 horas após a aplicação do verniz. A frequência de aplicação normalmente recomendada varia de 3 meses a 6 meses, dependendo dos fatores de risco individuais, como risco e atividade de cárie(7).
Atributos da APS
Garantir o acompanhamento odontológico das crianças na Atenção Primaria à Saúde (APS), visando a prevenção e o tratamento de possíveis doenças bucais já instaladas. A Estratégia da Saúde da Família é um importante espaço para as ações de educação e prevenção em saúde bucal.
1. American Academy of Pediatric Dentistry. Caries-risk Assessment and Management for Infants, Children, and Adolescents. Recommendations: Best Practice. 2014; 40(6):205-12. Disponível em: https://www.aapd.org/media/Policies_Guidelines/BP_CariesRiskAssessment.pdf
2. Tenuta LMA, Noronha JC, Myaki SI, Paiva SM. Uso de Fluoretos. In: Massara MLA, Rédua PCB. Manual de Referência para Procedimentos Clínicos em Odontopediatria. 2 ed. São Paulo: Santos; 2013:59-68.
3. Doméjean S, Ducamp R, Léger S, Holmgren C. Resin infiltration of non-cavitated caries lesions: a systematic review. Med Princ Pract. 2015;24(3):216-21. Disponível em: https://www.karger.com/?DOI=10.1159/000371709
4. Giray FE, Durhan MA, Haznedaroglu E, Durmus B, Kalyoncu IO, Tanboga I. Resin infiltration technique and fluoride varnish on white spot lesions in children: Preliminary findings of a randomized clinical trial. Niger J Clin Pract. 2018;21(12):1564-9. Disponível em: http://www.njcponline.com/article.asp?issn=1119-3077;year=2018;volume=21;issue=12;spage=1564;epage=1569;aulast=Giray
5. Gao SS, Zhang S, Mei ML, Lo EC, Chu CH. Caries remineralisation and arresting effect in children by professionally applied fluoride treatment – a systematic review. BMC Oral Health. 2016;16:12. Disponível em: https://bmcoralhealth.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12903-016-0171-6
6. Lenzi TL, Montagner AF, Soares FZ, de Oliveira Rocha R. Are topical fluorides effective for treating incipient carious lesions? A systematic review and meta-analysis. J Am Dent Assoc. 2016;147(2):84-91. Disponível em: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0002-8177(15)00701-1
7. Villena RS, Corrêa MSNP. Uso Tópico Profissional de Fluoretos. In: Corrêa MSNP. Odontopediatria na Primeira Infância. São Paulo: Santos; 2010:405-428.