Em pacientes hipertensos, quanto maior o risco clínico de um paciente, mais importante se torna o controle eficaz da dor e da ansiedade, gerando menos estresse. O paciente com possível comprometimento cardiovascular corre maior risco em virtude das catecolaminas liberadas endogenamente (situação de stress) do que em virtude da adrenalina exógena administrada de forma apropriada. Assim, a grande dúvida por parte dos dentistas parece ser o uso ou não de vasocontritores em hipertensos.
Alguns autores defendem o uso de anestésicos com vasoconstritor, afirmando que eles possuem muitas vantagens, quando usados em pacientes cardiopatas estabilizados ou compensados. Existem outros autores que discordam a respeito de tal assunto, acreditando que em pacientes hipertensos, com problemas valvulares e coronariopatias, não deve ser utilizado vasoconstritores.
Porém, até o momento não há estudos que comprovem que o emprego de vasoconstritores tenha causado alterações cardiovasculares significativas.
Quanto à escolha do vasoconstritor de eleição para pacientes cardiopatas, a literatura aponta que a felipressina 0,03 UI/ml , como representante não adrenérgico, é a opção mais adequada por apresentar como principal vantagem a menor repercussão sobre o sistema cardiovascular. No que diz respeito à dose, não há consenso sobre o uso de anestésicos com vasoconstritores, sendo a dose condicionada ao tipo e concentração do vasoconstritor.
No Brasil, a Felipressina é vendida associada a Citocaina 3%. A dose máxima de felipressina recomendada para pacientes cardiopatas não deve ultrapassar 0,27 UI, o que equivale a 5 tubetes de 1,8 ml. A adrenalina 1:100.000 ou 1:200.000 também pode ser utilizada, em doses pequenas; o ideal é não ultrapassar o limite de 2 tubetes por sessão, quando se tratar de um paciente hipertenso compensado. (1)