Qual abordagem inicial do prurido vulvar sem alterações no exame ginecológico?

| 21 março 2017 | ID: sofs-36331
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: , ,
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Recorte Temático:

A abordagem do prurido vulvar deve ser iniciada com uma anamnese detalhada, caracterizando início, tempo de evolução, tratamentos prévios, alterações morfológicas locais e perguntas específicas para cada uma das causas. O exame físico é realizado primeiramente com inspeção da região vulvar sob luz adequada, procurando-se áreas de fissuras, úlceras, hiperpigmentação, eritema, atrofia, hipertrofia, abaulamento das glândulas de Bartholin, entre outros. Pode-se aplicar ácido acético 5% para avaliar presença de lesão acetobranca  que podem indicar lesão por HPV. O exame especular deve ser realizado para descartar vulvovaginites; as mulheres com lesões cervicais hipertróficas, acetobrancas ou sangrantes devem ser encaminhadas para colposcopia; e biópsias são indicadas quando forem encontradas lesões na colposcopia, para descartar doença maligna.1


Os casos de prurido vulvar ou anal sem lesão evidente ao exame físico, apresentam uma etiologia multifatorial. As causas podem ser infecciosas, alérgicas, traumáticas, neoplásicas, doenças dermatológicas, entre outros. No prurido vulvar, um fator frequentemente associado são alterações hormonais. Muitas vezes, não é identificada causa evidente. Deve-se realizar anamnese e exame físico cuidadosos para identificar uma causa passível de manejo específico. Orientações gerais de higiene e de remoção de agentes que podem causar prurido devem ser enfatizadas.2

Como diagnóstico diferencial temos1,3:

Sempre excluir deficiência de ferro como uma causa de prurido. O acesso facilitado e rápido é fundamental para o cuidado, já que o diagnóstico e tratamento oportunos podem aliviar os sintomas rapidamente na maior parte dos casos e facilitar o encaminhamento dos casos menos frequentes e que necessitam a atenção secundária.

Bibliografia Selecionada:

  1. DUNCAN BB et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. Pág. 489,490
  2. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolos da Atenção Básica : Saúde das Mulheres / Ministério da Saúde, Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa – Brasília : Ministério da Saúde, 2016. Pag. 37 Disponível em: http://dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.php?conteudo=publicacoes/protocolos_ab
  3. Simon C, Everitt H, van Dorp F. Oxford Handbook of General Practice. Oxford. 4ed. 2014.