Qual a metodologia para criação de grupos antitabagismo?

| 12 abril 2022 | ID: sofs-44887
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: ,

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) é o órgão do Ministério da Saúde (MS) responsável pelo Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT) e sua articulação na rede de atenção à saúde no Sistema Único de Saúde (SUS), envolvendo as secretarias estaduais e municipais de saúde. As secretarias estaduais possuem coordenações do PCTN que, por sua vez, descentralizam as ações para seus respectivos municípios atuando de forma integrada(1,2). Assim, se um município quiser implementar o PCTN, deve comunicar com a coordenação do PCTN na SES que, por sua vez, auxiliará a rede municipal na organização e implantação das ações para o cuidado da pessoa tabagista, incluindo os grupos antitabagismo com 4 sessões estruturadas de duração de 90 minutos cada, com periodicidade semanal(2).


Após as quatro sessões iniciais, recomenda-se acompanhamento com retornos inicialmente quinzenais, no primeiro mês após o término do grupo, e progressivamente espaçados, a fim de aumentar as taxas de manutenção da cessação e promoção de um espaço de apoio mútuo e disposição de informações. Proposta de cronograma para acompanhamento de grupo de cessação do tabagismo após os primeiros 4 encontros semanais(2):

1º encontro de seguimento – 15 dias

2º encontro de seguimento – 30 dias

3º encontro de seguimento – 60 dias

4º encontro de seguimento – 90 dias

5º encontro de seguimento – 180 dias

6º encontro de seguimento – 12 meses.

 

Cada grupo dever ser conduzido por dois profissionais: um com a função de coordenador, o outro com o papel de observador. O perfil adequado do profissional para estes papéis inclui as características de: compromisso com a preservação da saúde; satisfação por trabalhar com grupos; facilidade de relacionamento interpessoal; flexibilidade; bom senso; capacidade de fala simples e assertiva; e não serem fumantes(2).

 

O coordenador é o responsável por manter todos os participantes envolvidos no processo, envolvendo-os nas discussões em grupo sempre que for necessário; cuidar para que as sessões de grupo iniciem e terminem no horário preestabelecido; manter os seus próprios comentários e as discussões do grupo dentro da pauta; manter registro dos progressos feitos pelos participantes e guardar essas anotações para estudo e observações posteriores. Ressalta-se que o papel do coordenador do grupo não é o de um professor e, apesar de se esperar que tenha domínio nos assuntos a serem abordados, não há a necessidade de que seja especialista em todos os aspectos do tabagismo(2).

 

O modelo de tratamento do tabagismo do PCTN inclui(2):

· Avaliação do usuário tabagista pela equipe de saúde: principais doenças e fatores de risco relacionados ao tabagismo, grau de dependência ao cigarro, estágio de motivação para cessação do tabagismo e suas preferencias de tratamento.

· Abordagem cognitivo comportamental com possibilidade de ser realizada em grupo ou individualmente. Consiste em 4 sessões (encontros) semanais que se tornam mais espaçados até completarem 12 meses de tratamento.

· Apoio medicamentoso, se necessário – reposição de nicotina (adesivo transdérmico e goma de mascar) e o cloridrato de bupropiona, que são disponibilizados no SUS pelo Ministério da Saúde.

Bibliografia Selecionada:

1. Instituto Nacional do Câncer (INCA) [internet]. Programa Nacional de Controle do Tabagismo. Tratamento do Tabagismo. [acesso em 28 jan 2022]. 2021. Disponível em:  https://www.inca.gov.br/programa-nacional-de-controle-do-tabagismo/tratamento

2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. [internet]. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: o cuidado da pessoa tabagista.  Brasília – DF. (Cadernos da Atenção Básica, n. 40); [acesso em 28 jan 2022].   2015:154p. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/caderno_40.pdf