Não foram encontrados Ensaios Clínicos Randomizados que comparassem grupos de crianças visitas freqüentemente por Agentes Comunitários de Saúde a um grupo que tenha sido submetido a medidas preventivas específicas em relação ao desfecho de mortalidade infantil. Porém, um estudo ecológico realizado por Macinko e colaboradores, no Brasil, concluiu que a cada aumento de 10% de cobertura nas áreas de Estratégia Saúde da Família (ESF) há uma redução de 4,6% nas taxas de mortalidade infantil. Os autores relatam que a maior redução por mortalidade específica foi relacionada à diminuição de óbitos por diarréia e que a melhoria nas condições da água estavam inversamente relacionada à mortalidade.
Dessa forma, a redução da mortalidade infantil está diretamente relacionada à qualidade do atendimento recebido e também as medidas comportamentais orientadas pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Ressalta-se aqui a importância da adoção de medidas preventivas para todas as crianças hígidas, tais como: aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida; realização do teste do pezinho, preferencialmente, na primeira semana de vida; realização de exame físico completo na primeira consulta do recém nascido; suplementação com sulfato ferroso a partir do 6º. mês para crianças que foram amamentas de forma exclusiva até essa idade; aconselhamento para fatores de risco sobre acidentes em casa e prevenção de abuso e negligência através de visita domiciliar durante o pré natal e infância.
Portanto, além da consulta médica e de enfermagem para redução da mortalidade infantil, salientamos a importância do papel dos ACS no incentivo ao aleitamento materno, adesão ao tratamento com sulfato ferroso, consumo de água potável, reforço dos aconselhamentos sobre acidente na infância e principalmente visitas domiciliares com ênfase na prevenção de negligência.