Foi encontrada uma Revisão sistemática da Biblioteca Cochrane1 que investigou a efetividade de uma série de programas de intervenção para o tratamento da obesidade infantil; alguns mais focados em alterações na dieta, outros na prática de atividade física ou ainda em terapias comportamentais, com ou sem o suporte associado de membros da família. Os resultados demonstraram que a qualidade dos estudos avaliados era limitada, tanto pelo pequeno número de participantes, como pela baixa validade externa dos mesmos. De acordo com os autores, nenhuma conclusão generalizada pode ser extrapolada e novas pesquisas precisam ser realizadas para identificar que intervenções podem de fato ser efetivas para o tratamento da obesidade infantil.
Entretanto, estratégias que combatam o sedentarismo e encorajem a prática de atividade física são apontadas como sendo de grande valia, uma vez que, embora não haja comprovação quanto ao melhor jeito de aplicá-las, têm pequeno potencial danoso aos pacientes e podem ser relativamente baratas.
A seguir, são dadas algumas sugestões para o manejo da obesidade infantil (2):
- fazer exercícios, mas com prazer, pois o fundamental é adquirir esse hábito para a vida. O exercício não necessariamente precisa ser sistemático; pode ser dançar, pular corda e jogar futebol com amigos;
- ter horário para refeições. Comer em um intervalo mínimo de 1 hora e 30 minutos e máximo de 3 horas;
- não comer vendo TV;
- não ter em casa alimentos que possam fazer a criança sair da “dieta”, como bolachas recheadas e salgadinhos;
- dar o exemplo é fundamental;
- mudar o hábito familiar de comemorar situações comendo, e passar a comemorá-las de outra forma, indo ao parque, ao cinema (sem pipoca!), ao zoológico, à praia;
- não usar adoçantes de forma indiscriminada, já que não alteram hábitos e estimulam mais o prazer de comer doces;
- incluir a criança ativamente;
- incluir a criança ativamente na escolha das diretrizes do manejo de sua obesidade, pois ela não merece outra frustração (como a de falhar em seguir a “dieta”), além do fato de ser gorda. É muito fácil falhar em seguir dietas não-compatíveis com a realidade ou hipocalóricas;
- se a família já tem tendência à obesidade, cuidar desde o início com os hábitos alimentares: não insistir para “raspar” o prato; não oferecer porções fartas; evitar o hábito da sobremesa; não educar para saciar a sede com sucos e chás, mas com água; evitar alimentos com maior densidade calórica como mamadeiras e frutas acrescidas de cereais e açucar.