O rastreamento populacional para osteopenia e osteoporose não está recomendado para todos os indivíduos sadios com idade superior a 50 anos. De acordo com os cadernos de atenção básica do Ministério da Saúde o rastreamento de todos os pacientes assintomáticos não é recomendado e a busca ativa deste diagnóstico pode ser realizada em pacientes considerados de alto risco, especialmente os com risco de fratura.
Conforme o Consenso Brasileiro de Osteoporose (grau de recomendação: D), os exames radiológicos são indicados para diagnóstico de fratura e não devem ser utilizados para diagnosticar osteoporose. Eles podem mostrar diminuição da densidade óssea, porém, só detectam alterações quando a perda for superior a 30%, sendo baixa sua sensibilidade diagnóstica. Em pacientes que apresentem fraturas, especialmente na coluna vertebral (freqüentemente assintomáticas), ou redução inesperada da estatura, radiografias das colunas dorsal e lombar são indicadas para avaliar a presença de osteoporose. Os exames radiológicos são úteis para o diagnóstico diferencial de outras doenças que possam acometer o osso.
Em relação à necessidade de realizar densitometria óssea, mesmo após ter sido evidenciada presença de desmineralização no Raio X, existe uma recomendação de que se realize o exame sim, a fim de que se monitorem as mudanças de massa óssea decorrentes das doenças e dos diferentes tratamentos disponíveis.
A densitometria óssea é o exame de referência para o diagnóstico da osteoporose, realizada pela avaliação da coluna lombar e do colo do fêmur, e antebraço, segundo os critérios da OMS e está indicada para mulheres acima de 65 anos de idade ou ainda mulheres com um fator de risco maior ou dois menores para osteoporose as quais devem realizar o primeiro exame aos 60 anos de idade.
A seguir os fatores de risco maiores e menores:
Fatores de risco maiores: Sexo feminino; Baixa massa óssea (DMO); Fratura prévia; Raça asiática ou caucásica; Idade avançada em ambos os sexos; História materna de fratura do colo femoral e/ou osteoporose; Menopausa precoce não tratada (antes dos 40 anos); Tratamento com corticóides.
Fatores de risco menores: Amenorréia primária ou secundária; Hipogonadismo primário ou secundário em homens; Perda de peso após os 25 anos ou baixo índice de massa corpórea (IMC < 19 kg/m2); Tabagismo; Alcoolismo; Sedentarismo; Tratamento com outras drogas que induzem perda de massa óssea como a heparina, varfarina, anticonvulsivantes (fenobarbital, fenitoína, carbamazepina), lítio e metotrexate; Imobilização prolongada; Dieta pobre em cálcio; Doenças que induzem a perda de massa óssea.
Existem ainda outras recomendações para realização de densitometria óssea que são: mulheres em deficiência estrogênica com menos de 45 anos; mulheres com amenorréia secundária prolongada (por mais de um ano); Todos os indivíduos que tenham sofrido fratura por trauma mínimo ou atraumática; Indivíduos com evidências radiográficas de osteopenia ou fraturas vertebrais; Homens com 70 anos ou mais; Indivíduos que apresentem perda de estatura (maior que 2,5 cm) ou hipercifose torácica; Indivíduos em uso de corticóides por três meses ou mais (doses maiores que 5 mg de prednisona); mulheres com índice de massa corporal baixo (menor que 19 kg/m2).
Onde a densitometria não é amplamente disponível, sugerimos a utilização do score ABONE (www.projetodiretrizes.org.br/projeto_diretrizes/078.pdf ), tendo em vista que este é o melhor exame para rastreamento de osteopenia/osteoporose.
A literatura ainda é bastante controversa em relação às indicações de realização da densitometria óssea e também em relação a quais devem ser os principais fatores de risco levados em consideração para indicar o exame, por isso optamos por fornecer as indicações do exame conforme dados brasileiros (consensos e cadernos de atenção básica). Os graus de recomendação aqui apresentados são D. Não foram encontrados estudos que comparassem o uso de raio X com a densitometria para fins diagnósticos.