A anemia por deficiência de ferro é a carência nutricional de maior magnitude no mundo, sendo considerada uma carência em expansão em todos os segmentos sociais, atingindo principalmente crianças menores de dois anos e gestantes.
Embora ainda não haja um levantamento nacional, estudos apontam que aproximadamente metade dos pré-escolares brasileiros sejam anêmicos (cerca de 4,8 milhões de crianças) com a prevalência chegando a 67,6% nas idades entre 6 e 24 meses.
No caso de gestantes, estima-se uma média nacional de prevalência de anemia em torno de 30%. Não existe consenso na literatura sobre qual a dose ideal da suplementação de ferro em crianças.
O Programa Nacional de Suplementação de Ferro de 2005, cujo objetivo é orientar coordenadores estaduais e municipais, além dos demais profissionais de saúde (incluindo os trabalhadores da Estratégia de Saúde da Família), preconiza a suplementação de 25 mg de ferro elementar por semana para crianças entre 6 e 18 meses.
Com o objetivo primordial de melhorar a palatabilidade do sulfato ferroso e reduzir os efeitos colaterais, foi desenvolvido pela Farmanguinhos/ Fiocruz um xarope de sulfato ferroso com gosto de fruta cítrica (laranja), na concentração de 25 mg de ferro para 5 ml do produto.
O público a ser atendido e as respectivas condutas de intervenção foram consensuados por especialistas de universidades, representantes de instituições que atuam nas questões relacionadas às carências nutricionais (Sociedade Brasileira de pediatria, Opas e Unicef) e representantes das áreas técnicas do Ministério da Saúde.
Este grupo, durante a elaboração do programa, procurou adaptar a suplementação de ferro à realidade nacional. Contudo, cabe ressaltar que a decisão terapêutica final fica a cargo do médico assistente.