Qual a conduta se ocorrer parestesia do nervo lingual ou do alveolar inferior?

| 29 janeiro 2010 | ID: sofs-3729
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: , ,
Graus da Evidência:

O retorno da normalidade depende da regeneração das fibras nervosas lesadas ou da remissão das causas secundárias que estão gerando a parestesia, como a reabsorção do sangramento local, a redução do edema e da inflamação. Quando estiver ocorrendo alguma compressão devido à presença de um corpo estranho decorrente do ato cirúrgico, poderá haver a necessidade de re-intervenção. A maioria dos pacientes não necessita de tratamento e em mais de 96% dos casos ocorre o retorno sensitivo espontâneo em 24 meses. Antes de iniciar o tratamento, é dever do profissional analisar primeiramente a etiologia da parestesia, pois, se estiver diante de uma infecção, provavelmente ministrará antibióticos para tratamento inicial.
Em casos de compressão do nervo por edema pós-trauma, deverá aguardar para que a sensibilidade volte gradativamente, não tendo êxito, recomenda-se o uso de corticóides ou a descompressão cirúrgica. Uma conduta também aceita é o tratamento medicamentoso: vitamina B1 associada à estricnina na dose de 1 miligrama por ampola, em 12 dias de injeções intramusculares. Outra forma seria o uso de cortisona, 100 miligramas a cada seis horas durante os dois ou três primeiros dias, para que, se houver melhora, haja um espaçamento entre as doses iniciais. Não há um tratamento efetivo para a parestesia, os sintomas tendem a regredir dentro de um a dois meses, embora haja uma melhora com o uso de histamina ou medicamentos vasodilatadores. Além dos recursos disponíveis em APS, a literatura também cita uso de um laser de baixa intensidade (GaAIAS 820 nm) para tratamento de distúrbios sensitivos de longa duração do nervo alveolar inferior, pois ele é capaz de reagir com proteínas fotossensíveis presentes em diferentes áreas do sistema nervoso, recuperando os tecidos nervosos ou afetando a percepção da dor em nervos sensitivos. Quando ocorre a secção do nervo, as técnicas de micro-neurocirurgia poderão ser usadas a fim de restabelecer a perda sensorial ou função motora.
A regeneração é melhorada quanto mais cedo for feita a descompressão, pois assim haverá uma menor quantidade de tecido cicatricial. As indicações para reparo de nervo por micro neurocirurgia incluem: observação ou suspeita de laceração ou transecção do nervo, não melhora da anestesia três meses após a cirurgia, dor decorrente da formação de neuroma, dor causada por objeto estranho ou deformidade do canal e, ainda, decréscimo sensitivo progressivo ou aumento da dor.

Bibliografia Selecionada:

  1. Rosa FM, Escobar CA, Brusco LC. Parestesia dos nervos alveolar inferior e lingual. RGO, Porto Alegre. 2007;55(3):291-5.
  2. Peterson L, Ellis E, Huup J, Tucker M. Cirurgia oral e maxilofacial contemporânea. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2000. p. 267-8.