Qual a conduta frente à quadros de diminuição da libido em mulheres em idade fértil?

| 7 abril 2022 | ID: sofs-44921
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: , ,

A recomendação é identificar o fator associado a diminuição da libido (consulta de enfermagem e consulta médica para avaliação hormonal) para direcionar a uma conduta adequada ao problema específico para cada mulher.


Atualmente, existem avaliações da libido como o Quociente Sexual – Versão Feminina (QS-F) que foi desenvolvido no Programa de Estudos em Sexualidade (ProSex) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. O instrumento, conforme ficou constituído, compõe-se de 10 questões, cada qual devendo ser respondida numa escala de 0 a 5. Os valores maiores indicam melhor desempenho/satisfação sexual, a saber: 82-100 pontos: bom a excelente 62-80 pontos: regular a bom 42-60 pontos: desfavorável a regular 22-40 pontos: ruim a desfavorável 0-20 pontos: nulo a ruim(1).

Precisamos lembrar que a libido pode ser influenciada por vários fatores como:

– idade;

– estado de saúde e

– disponibilidade de parceiro.

A idade avançada possui uma mudança no perfil hormonal fisiológica e com isso a libido diminui e assim, faz-se necessária terapia de reposição hormonal.

O estado de saúde em mulheres adultas jovens (férteis) pode ter a libido influenciada por disfunções hormonais como alterações na produção de testosterona e prolactina; uso de medicações hormonais e uso de medicações como tranquilizantes, antidepressivos, anticoncepcionais e anti-hipertensivos. Além do estado de saúde biológico, também o estado de saúde mental como em casos de depressão, ansiedade e estresse também têm esse efeito negativo sobre a libido. Na maioria das vezes, a principal causa está ligada ao estresse como preocupações com a família, em agradar o parceiro sexualmente exigente, dificuldades financeiras, entre outros(2,3).

Deve-se orientar a mulher, quando o fator estresse é identificado, a realizar atividades que promovam relaxamento como passeios, ioga, massagens, e em casos de disponibilidade a terapia de casal.

As mulheres que ainda estão amamentando estão em produção do hormônio prolactina, que leva a diminuição dos hormônios femininos e diminuem a libido. Além disso, a preocupação da mulher se volta ao cuidado com o bebê, associando o fator biológico ao fator estresse para a diminuição da libido.

 

 

Bibliografia Selecionada:

1. Abdo CHN. Quociente sexual feminino: um questionário brasileiro para avaliar a atividade sexual da mulher. Diagn Tratamento. 2009;14(2):89-91. Disponível em: http://files.bvs.br/upload/S/1413-9979/2009/v14n2/a0013.pdf

2. Curti PA. Disfunção Sexual – Inibição do desejo sexual feminino e sintomas depressivos. Dissertação de mestrado em Psicologia. 2010. Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Campo Grande-MS. 2010:117. Disponível em: https://site.ucdb.br/public/md-dissertacoes/8162-disfuncao-sexual-inibicao-do-desejo-sexual-feminino-e-sintomas-depressivos.pdf

3. Lara LAS, Rosa e Silva AC, Romão AP, Junqueira FR. Abordagem das disfunções sexuais femininas. Rev Bras Ginecol Obstet. 2008;30(6):312-21. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbgo/a/gR6xLY789rj3f9tmMmT9CGw/?lang=pt