As dificuldades relacionadas ao convívio das famílias e seus pacientes portadores de transtornos mentais pode ser explicada por meio do estigma, preconceito e falta de informação sobre saúde e doença mental. Crenças negativas, falta de acesso aos serviços de saúde mental de forma sistematizada, não percepção de apoio e suporte por parte dos profissionais de saúde também colaboram para as dificuldades recorrentes na relação família/paciente/profissional de saúde/serviços de saúde mental, entre outras variáveis sociais e econômicas, além do estresse e condições de vida da família. A família é considerada um importante aliado na dinâmica do tratamento do paciente com transtorno psiquiátrico, mas para que essa parceria se concretize é necessário investimento institucional e individual dos serviços de saúde mental. A enfermagem utiliza ferramentas terapêuticas que fazem parte de seu arcabouço teórico formativo entre elas o relacionamento interpessoal e a comunicação terapêutica como possibilidade de cuidado para os familiares, mas as ações interdisciplinares são imprescindíveis para o sucesso de qualquer tratamento nesse campo da saúde. Os recursos estruturais e de modos de vida do sistema familiar devem ser explorados para o planejamento das ações destinadas ao manejo de apoio e suporte familiar com o objetivo de criar parcerias que minimizem o estresse, potencialize os recursos familiares e fortaleçam o nível de resiliência em relação ao adoecimento mental. As intervenções planejadas em conjunto com a família e por uma equipe reduzem o sofrimento psíquico do sistema familiar.