Os efeitos adversos de corticóides orais podem ser agrupados em dois grupos: locais e sistêmicos.
Entre os efeitos locais, encontram-se:
- disfonia;
- candidíase oral: evitável com bochecho após inalação ou uso de espaçador maior;
- outros mais raros: tosse e irritação na garganta, dermatite perioral, hipertrofia da língua e aumento da sede.
Entre os efeitos sistêmicos, encontram-se:
- desaceleração do crescimento em crianças: revisão sistemática que abordou o uso de Beclometasona inalatória em crianças com asma por um período de até um ano demonstrou que estas tiveram um leve retardo no crescimento (altura) comparadas as que usaram placebo. Os autores sugerem que seja usada a menor dose possível de corticóide inalatório, procurando pesar com os riscos do não tratamento da asma1.
- osteoporose: revisão sistemática mostrou que o uso crônico de corticóide inalatório em pacientes com asma ou Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica leve estiveram associados a alterações de marcadores bioquímicos de “turn-over” ósseo, no entanto nenhuma alteração foi encontrada quanto a densidade mineral óssea e fraturas2;
- supressão adrenal: ocorre no caso doses altas de corticóide inalatórios, embora a susceptibilidade varie muito individualmente3;
- catarata subcapsular posterior, também quando do uso de corticóides inalatórios em doses altas e por longo período3;
- aumento da pressão intra-ocular: mais incomum que catarata3;
- outros potenciais efeitos colaterais raros: alterações na pele (Ex telangiectasias), miopatias, alterações psiquiátricas (Ex: irritabilidade, depressão).
É consenso que corticóides inalatórios estão entre as principais drogas para o tratamento do paciente com asma. Desta forma, os potencias efeitos deletérios de seu uso prolongado podem ser minimizados procurando usar sempre a menor dose possível de manutenção que esteja associada com controle adequado da asma e qualidade de vida.