Os novos métodos contraceptivos disponíveis atualmente são: DiuMirena®, adesivo transdérmicos/Evra®, anel vaginal/Nuvaring®, anticoncepcionais orais combinados “ultra light” (Mirella®, Minesse®, Yasmin®), comprimidos revestidos vaginais/Lovelle® e dispositivos contraceptivos implantáveis. A literatura científicas destaca evidências e precauções de uso, comparando-os aos insumos de contracepção tradicionais, a seguir sintetizados:
Insumo de contracepção | Comparação com os métodos contraceptivos tradicionais | Precauções |
DIU liberador de levonorgestrel (Mirena®)1,2 | – Pode ajudar a diminuir o período de sangramento menstrual.- Tão eficazes quanto os métodos contraceptivos tradicionais (Nível de evidência 2).- A taxa de gravidez do DIU liberador de levonorgestrel foi mais baixo do que o DIU de cobre com área de superfície do fio de cobre ≤ 250 mm (Nível de evidência 2)– Não apresenta aumento de peso corporal em relação ao DIU de cobre em 1 ano (Nível de evidência 2). | |
Adesivo transdérmicos (Evra®) | – Mantém a concentração sérica contraceptiva eficaz por até 10 dias (Nível de evidência 3).- A chance de engravidar é de 1% (Nível de evidência 2). | – Mulheres com peso acima de 90 kg, o adesivo pode ser menos eficaz em evitar a gravidez.- Pode aumentar o risco de trombose venosa em mulheres sem histórico anterior (Nível de evidência 2), as inflamação crônica, o colesterol, triglicérides em mulheres saudáveis e prejudicar a sensibilidade à insulina em mulheres saudáveis com peso normal (Nível de evidência 3). |
Anéis vaginais (Nuvaring®)3,4 | – o anel vaginal contraceptivo pode estar associado com menor frequência de sangramento prolongado (Nível de evidência 2)– A eficácia contraceptiva, tolerabilidade e efeitos adversos são semelhante aos contraceptivos orais (Nível de evidência 2)– A chance de engravidar é de aproximadamente <1% (Nível de evidência 1). | Apresenta complicação e eventos adversos trombose venosa em mulheres sem histórico, distúrbios vulvovaginal, cefaleia, doenças de pele e desconforto gastrointestinal (Nível de evidência 2)6 : |
Contraceptivos orais combinados “ultra light” (Mirella®, Minesse®, Yasmin®) | – São contraceptivos monofásico (dose fixa) disponível em 21 dias com pílulas ativas e 7 dias com pílulas placebo.- Os anticoncepcionais monofásicos combinados com utilização estendida podem ser mais eficazes para a prevenção da gravidez do que esquemas tradicionais (Nível de evidência 2) | Aumenta o surgimento de: processos trombóticos/tromboembólicos (arteriais ou venosos) |
Dispositivos contraceptivos implantáveis (Implanon®, Norplant®, Jadelle®, Nexplanon®, Sino-implat®) | – Pode ser mais eficaz do que os contraceptivos orais para prevenir a gravidez em adolescentes (Nível de evidência 2)O implante subdérmico é para o uso de até 3 anos.A chance de engravidar é de aproximadamente 0,05% no primeiro ano de utilização e 0,001% para os casos de mais de 3 anos de uso.Os implantes de etonogestrel parecem ter semelhante eficácia contraceptiva (Nível de evidência 2). | A inserção precoce dos dispositivos implantáveis de etonogestrel pode ocasionar falha de lactação (Nível 2 de evidência), aumento do risco de trombose em mulheres no pós-parto (Nível de evidência 3).Em relação aos dispositivos implantáveis de levonorgestrel podem ocorrer aumento do risco de câncer de mama (Nível 2 de evidência), hipertensão, distúrbios respiratórios crônicos e artropatias (Nível 2 de evidência) e sangramento menstrual irregular (Nível de evidência 2)1. |
Comprimidos revestidos vaginais (Lovelle®)5,6 | – Menor efeito adverso do que os contraceptivos orais.As taxas de gravidez involuntária em 1 ano é de 2,78%. | Pode ocorrer aumento de peso estatisticamente significativo.Contraindicado para mulheres que tenham história anterior ou atual de tromboflebites ou distúrbios tromboembólicos; doença vascular cerebral ou coronariana; suspeita ou diagnóstico de carcinoma mamário ou genital; presença ou suspeita de neoplasia estrógeno-dependente. |
Os insumos de contracepção disponibilizados para os municípios, com os recursos da Portaria n. 1555/137, pelo Ministério da Saúde são os contraceptivos hormonais orais e injetáveis, dispositivos intrauterinos e os métodos de barreira (preservativos masculinos) contemplados na Relação Nacional de Medicamentos (RENAME)8. Os insumos contraceptivos citados acima não consta na RENAME, no entanto, pode ser adquirido com os recursos próprios do município, além do que ele já deve ofertar na Portaria n. 1555/13. Recomenda-se que o município constitua uma Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT) para atualizar a lista municipal de medicamentos, Remume, e refletir, junto com os outros profissionais de saúde sobre a inclusão de novos medicamentos, baseado em evidência, a serem incluídos nesta lista e, considerando o perfil epidemiológico da população9,10.
Categoria da Evidência:
Mirena® é tão eficazes quanto os métodos contraceptivos tradicionais (Nível de evidência 2), sua taxa de gravidez foi mais baixo do que o DIU de cobre com área de superfície do fio de cobre ≤ 250 mm (Nível de evidência 2) e não apresenta aumento de peso em relação ao DIU de cobre em 1 ano (Nível de evidência 2).
Evra® mantém a concentração sérica contraceptiva eficaz por até 10 dias (Nível de evidência 3) e a chance de engravidar é de aproximadamente 1% (Nível de evidência 2).
Nuvaring® pode estar associado com menor frequência de sangramento prolongado (Nível de evidência 2), sua eficácia contraceptiva, tolerabilidade e efeitos adversos são semelhante aos contraceptivos orais (Nível de evidência 2), a chance de engravidar é de aproximadamente <1% (Nível de evidência 1) e apresenta complicação e eventos adversos trombose venosa em mulheres sem histórico, distúrbios vulvovaginal, cefaléia, doenças de pele e desconforto gastrointestinal (Nível de evidência 2).
Os anticoncepcionais monofásicos combinados com utilização estendida podem ser mais eficazes para a prevenção da gravidez do que esquemas tradicionais (Nível de evidência 2).
Dispositivos contraceptivos implantáveis podem ser mais eficazes do que os contraceptivos orais para prevenir a gravidez em adolescentes (Nível de evidência 2), sua inserção precoce pode ocasionar falha de lactação (Nível 2 de evidência). Pode ocasionar aumento do risco de trombose em mulheres no pós-parto (Nível de evidência 3), risco de câncer de mama (Nível 2 de evidência), hipertensão, distúrbios respiratórios crônicos e artropatias (Nível 2 de evidência) e sangramento menstrual irregular (Nível de evidência 2).